Maurilio Tadeu de Freitas

Em uma sociedade como a nossa em que o comportamento, e estilo da pessoa é doutrinado para ser igual a de outros bilhões; claro, interesse comercial; torna-se vital a individuação, uma espécie de reforço da consciência do Eu/universal, sigular, especial e único.

Tem um trem no meu olho, no meu olhar vejo um trem; caminho, caminho e caminho, encontro uma flor sublime de perfume suave; caminho, e outro trem, uso a passarela; caminho, caminho e trem, na paciência do tempo espero passar; do lado de lá vejo o meu amor, linda; querida vamos amar e caminhar, antes que o trem venha nos atrapalhar.

O treinamento e os ensaios para a peça já vem ocorrendo ao longo de 2 anos; basicamente comecei a pesquisa em 2005 quando apresentei pela ultima vez Artaud na Escola de Minas em Ouro Preto MG. Termina-se um processo, carrrega-se pedras enquanto descança e logo inicio uma nova pesquisa, tem sido assim ao londo da minha vida na arte. Aproveitei para me apronfundar em Diógenes quando também cursei algumas disciplinas isoladas na UFOP/ Ifac – Instituto de Filosofia e Artes da Universidade Federal de Ouro Preto. Atualmente faço ao mesmo tempo a pesquisa teorica e pratica do processo criativo para levantar a peça e vou escrevendo o livro. O método e a técnica usados para direção e atuação estão especificados nos dois primeiro livros da trilogia República do Ator; sendo o primeiro publicado em formato de livro em 2007, com o titulo de Republica do Ator ( Filosofia empírica de uma arte para o ator), e esta disponivel em diversas bibliotecas publicas e no meu blog: http//mauriliotadeu.uol.com...

Praça em frente à Igreja Nossa Senhora da Conceição em Conselheiro Lafaiete. Tirei esta foto enquanto contemplava o belo cenário, além de observar os transeuntes. Tudo neste instante funcionava de forma integral e com uma certa harmonia entre passos, vozes, ruídos, canto, dança, sons múltiplos integrados na sinfonia natural do cotidiano de uma cidade das gerais. Aproveitei para escolher qual local da praça vai ser o palco onde vou encenar a minha nova peça teatral “Lar de um Vira lata” inspirada em Diógenes de Sinope, filosofo grego (c.413 a.c) que vivia a perambular pelas ruas da Grécia em busca de homens de verdade, morava em barril e se considerava um Cão, acreditava que o seu modo de vida austero forjava um homem forte e resistente, sobrevivia de esmolas. Conta-se que um dia Alexandre - O Grande, foi visitá-lo e quando foi indagado por este a respeito do que gostaria de ganhar de presente, Diógenes pediu apenas para Alexandre sair da frente do sol. Mais tarde Alexandre disse para u...

O PALCO é a RUA Terceiro livro da trilogia “República do Ator” A rua é a alma do teatro; sim o coração do ator pulsa e esta nas passarelas, vielas, becos, praças e avenidas. A rua é o espaço onde o artista tira toda a sua existência e sobrevivência, neste espaço ele representa, interpreta, atua e vive a grande aventura humana, e principalmente vivencia a própria odisséia pessoal; é na calçada que o artista dos palcos se realiza plenamente, neste espaço ele é o homem do mundo e senhor de si. O atuante é o flaneaur do espaço publico, ele é o interprete do local mais democrático do mundo.

Pag 6 – O PALCO é a RUA, ultimo livro da trilogia República do Ator. A Vida do Sonho Resolvi em continuar a por a prova o desafio da criação democrática nas artes, contemplando o que é ser democrático no pleno exercício do significado desta palavra. Pois bem, é um problema complexo praticar algo tão amplo, universal e de certa forma ainda nebuloso. Fala-se muito em democracia, mas entre pratica e ideal existe uma lacuna significativa, seja na arte ou em qualquer outro lugar. Sei que o artista é quase sempre comparado com Dom Quixote, isso me deixa feliz, mas por outro lado essa visão pode acomodar no clichê da arte idealista, aquela que fica só na conversa, no papel ou apenas no mundo das idéias. Assim, até me visto de Dom Quixote, porém ao longo da minha Odisseia persisto na concretização da obras sonhadas, isso é, insisto em dar forma ao objeto, seja através da peça em si de fato esculpida no espaço/ tempo, e seguida da escrita e conceitos, fotos e vídeos. Esta necessidade de dar...

PAG. 4 do ultimo livro da trilogia República do Ator/ O PALCO e a RUA Nada como praticar os nossos sonhos, seguir em frente quando os obstáculos são muitos, não deixar a chama sagrada apagar, tatear no escuro quando todas as portas se fecham e seguir aquela luz mínima dentro do coração e sem medo. E assim abrimos mais uma janela artistica em Conselheiro Lafaiete, o grupo Carne Viva com O PALCO é a RUA esta dando os primeiros passos da filosofia do terceiro livro da trilogia República do Ator, põe nas ruas a teoria e a pratica do ultimo estagio do método para o Ator/artista. Não ter sala para ensaios já não é mais um problema, e não receber também apoio do governo com suas leis burocráticas e tolas de incentivo á cultura não importam mais, agora só depende do ator para que o teatro exista, porque o público e o espaço ele já tem de montão e é de graça, é só ir para a rua, espaço mais democrático do mundo, e começar a criar, recriar as obras infinitas, vamos encher a cidade de poesias,...

Pag. 3 - O PALCO é a RUA, terceiro livro da trilogia A República do Ator Agora me deparei com um problema com o cenário da performance Lar de um Vira Lata; o meu cartão de credito esta sem saldo, preciso da barra que represente o barril de Diógenes, aqui vocês notam que quando entra a questão dinheiro, a arte para, e é por isso que insisto que o artista necessita ser criativo para viabilizar a obra; portanto quem fica preso aos recursos financeiros, sempre vai dar com os burros n’água. E para resolver tal questão, bolei uma alternativa a fim de adiantar a divulgação e o cenário; claro, improvisos criativos. Graças a Deus, ha muito tempo deixei de ser escravo do danado do didim. Este sistema capitalista já esta falido em tese, e a pratica caminha também para a falência, isto faz cumprir umas das mais antigas profecias: Que a mentira tem vida curta. E essa profecia já começou a cumprir o seu destino com o crak das bolsas, quebradeira geral e global, agora os especuladores tomaram mais ...

Pag. 7 – O PALCO é a RUA, ultimo livro da trilogia República do Ator Determinação é a palavra chave para quem deseja de fato concretizar um sonho, e disciplina é a segunda força que acompanha a seqüência de ações com foco na realização do projeto. Cada encontro do nosso grupo apresenta uma situação completamente nova, isso requer uma atenção especial com os novos fatos. Um dia tudo parece se encaixar, e no dia seguinte um caos total, e assim segue dia após dia entre animo, alegria, decepções, etc; o mais importante é não jogar a toalha nos primeiros conflitos graves, também é fundamental lidar com os problemas de forma especial, sensível e sutil. No invisível pequenas partículas vão se formando com o impulso de nossas ações e gestos. Entre a massa densa e a mais sutil danço, canto e celebro novas configurações de cada encontro, assim a obra ganha forma e consistência; o tempero vai de suor, carne, contatos, toques, olhares, freqüências, ondas, sintonias, caos, amores, trocas, vontade, ...

Ontem foi um dia especial para o mundo globalizado, Obama é a esperança dos oprimidos, das vítimas dos golpistas da bolha financeira criminosa. Não foi por falta de avisos e alertas sobre essa farra irresponsável que a ciranda financeira implodiu. O mercado tem que ser vigiado e controlado de perto. Como se não bastasse aquela quebradeira de 29, o mundo teve que cair de novo no mesmo buraco, espero que nunca mais se repita tal tolice na bolsa ou em qualquer outro lugar, e que daqui para frente toda negociação com papeis e similares seja transparente e fiscalizado com o rigor necessário, mesmo porque seria burrice demais cair no mesmo esgoto pela terceira vez. Também desejo que Obama saia fora dessa roleta bélica em que os USA e aliados estão atolados até a testa, e que de fato apareçam os exemplos de paz e prosperidade com consciência ecológica. E que Israel e todo esse povo simpático às armas de fósforo e nucleares despertem para uma vida saudável de verdade, basta de demagogias men...

Ontem estava vendo um filme, comecei a pensar no trabalho dos atores, então pensei ,se os artistas estão ali na telinha e ganham uma grana pro trampo...Daí fui pra longe, dei asas a mente pro vôo nas estações. O modelo social pelo que parece predomina o sistema do pagamento pelo lavoro; as vezes sinto que isso amarra as pessoas numa cruz, todos neste modelo necessita de dinheiro pra comprar os bens de consumo; a questão da injustiça alem da dependência da obrigação do ter que produzir algo de consumo, é a falta de justiça no valor de cada mercadoria; o padrão para avaliar o valor da mercadoria sempre causa dano a alguém ou a um grupo, daí o marketing ser tão solicitado neste sistema, o vendedor e a propaganda são a alma do negócio; claro que tirando os gêneros de primeira necessidade, como: alimento, moradia, saúde, educação, cultura, saneamento e vestuário, o resto é enfeite e bordado. O homem não precisa de tantas coisas pra ser feliz; e o simples é a alma da liberdade, seja em qu...

Olho para o lado e vejo uma formiga, dessas minúsculas, penso então, vivemos no mesmo espaço. Ela provavelmente procura comida, um pedaço qualquer que contenha doce, ou folhas, etc. Eu procuro algo além, minha barriga esta satisfeita e tenho tempo para fazer outras coisas, escrever por exemplo. Depois que o homem aprendeu a comer carne teve mais tempo para resolver outras coisas além de apenas pensar em satisfazer a própria fome; isso é uma evolução, afinal tempo é algo precioso. No entanto se não proveito os momentos disponíveis a fim de realizar algo útil, fico inferior a uma formiga. Ter um objetivo é importante, e gastar o tempo que tenho extra para realizá-lo, faz a minha vida ser útil. Mas tudo depende do projeto a que me proponho realizar, porque a escolha do motivo pode mostrar o grau de evolução que estou. Focar algo para melhorar minha consciência e expandi-la em direção ao infinito é interessante, mas isso leva a onde?! Se leva a um conforto e a uma vida menos estressante, i...

O que estamos fazendo com as nossas vidas e com o mundo? Todo ser humano nasce com uma potencia uma força que gera atividades, querendo ou não temos que realizar algo, porque ninguém consegue ficar inerte por muito tempo, essa é uma lei universal. A questão é, onde seria mais sensato e útil gastar essa energia vital? Sim, realizar obras boas no social, sem deixar de lado nossa realização pessoal. No entanto, não é tão simples assim a final são tantas as necessidades da humanidade, e tão péssima a nossa noção de prioridades que chega a doer o coração. Em minha opinião o sujeito necessita basicamente de moradia, alimentação, saneamento, saúde e educação (incluo aqui arte e cultura), vamos chamar esses cinco itens de MASSE; pois bem, esse deveria ser o foco das nossas atividades, onde deveríamos atuar com excelência a fim de conquistar os melhores patamares de qualidade possíveis no aqui agora. Por outro lado, temos que usar de bom senso para não perder de vista os parâmetros de exigê...

O dia é curto, a noite mais ainda e a vida tem o tempo do piscar de olhos. Muitos projetos em curso, e para realizá-los caminho com o hálito sagrado, sem ansiedades. Eterna é a alma e o corpo uma nave agora revestida de carne. Peço a Palas Atená que me mande de onde estiver uma luz a fim de clarear a mente deste pobre mortal ignorante. Hoje acabei de pintar uma textura numa viga que sustenta o telhado aqui de casa, um presente modesto que ofereço a minha mãe; o dia das mães é domingo que vem, mas mãe comemorasse todo dia. Trabalho até tenho de sobra, amo criar obras, sinto um prazer de alquimista nos momentos das recriações, no entanto estou sentindo falta de atuar no teatro, cinema ou TV. Preciso focar as minhas ações pra satisfazer este desejo. Amo dar asas a intuição, sei que isso fortalece a razão, os opostos são complementares. Hoje quando eu voltava da rua, vi um velhinho andando em um jardim, logo pensei, não demora pra eu chegar até esta idade, no mesmo instante passa corre...

O Artista das Ruas – Cantadores e Contadores; Profetas. Como disse Santo Agostinho, a memória é o ventre d’alma. E quem não tem na sua lembrança sequer um momento mágico diante de um desses artistas maravilhosos que há séculos encanta a rua; sai e entra gerações e aí esta ele diante do povo, exprimindo a sua arte, suas profecias, canções, textos, seja através de viola, ou qualquer outro tipo de instrumentos para realçar o verbo da canção, que dita quase sempre a experiência de vida popular; cantam estórias e histórias da odisséia humana. Artistas guerreiros do entretenimento mais democrático do mundo, de todos os públicos e idades; uma tradição inquebrantável. A maioria não sabe sequer escrever o seu próprio nome direito, mas carregam dentro de se toda uma sabedoria visceral do existir, passada muitas vezes de geração para geração nas letras e na sensibilidade da canção, texto interpretado das mais variadas formas cênicas. O que concretamente esses mestres da rua significam para a ...

Nada mais de casa da mamãe, a barriga já esta saliente; situação boa gera uma preguiça do vício; hoje mesmo retomo a vida de asceta.