O Artista das Ruas – Cantadores e Contadores; Profetas?!
Mestre Antônio (Cons. Lafaiete MG)
Como disse Santo Agostinho, a memória é o ventre d’alma. E quem não tem na lembrança sequer um momento mágico diante de um desses artistas maravilhosos? Há séculos eles encantam as ruas. Sai e entra gerações e aí esta ele diante do povo, exprimindo a sua arte, suas profecias, canções e textos. Seja através de viola, ou qualquer outro tipo de instrumentos para realçar o verbo da canção, que dita quase sempre a experiência de vida popular. Esses artistas mágicos cantam estórias e histórias da odisséia humana; na rua são guerreiros do entretenimento, e o seu talento natural quando se expressa é para todos os públicos e idades; arte completamente democrática. Realmente é uma sublime tradição inquebrantável. A maioria não sabe sequer escrever o seu próprio nome direito, mas carrega dentro de se toda uma sabedoria visceral do existir. Conhecimento que passa de geração para geração nas letras, sensibilidade da canção, interpretação, e situações cênicas das mais variadas formas. O que concretamente tais mestres das ruas significam para a sociedade? É indizível; nenhum conceito ou tese seria capaz de descrever literalmente o que de fato é essa necessidade vital da expressão popular. Entre o público e ele existe uma cumplicidade única, natural e de respeito mutuo. Onde tem uma apresentação de rua, ali esta garantida alguns momentos de descontração para o transeunte. Na maioria das vezes a atuação traz uma mensagem profunda e significativa. É o cotidiano contado e interpretado através do canto, dança e instrumento musical, filtrado pela sensibilidade da alma e coração. Com certeza a arte desses iluminados cantadores e contadores de rua, verdadeiros profetas, é um dos mais nobres ofícios; esta no imaginário popular assim como a alma esta para o corpo, e a unha para a carne. É a cultura e a arte no seu mais simples existir. Então fica aqui o nosso aplauso e gratidão a estes deslumbrantes homens do entretenimento popular.
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