ROMEU E JULIETA




                                                                                      
                 (Adaptação de Maurílio Tadeu  para o 7º ano, a partir do texto do prof. Jarbas Griebeler).
Coro – Amo como ama o amor.
Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. 
Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?
O amor romântico é como um traje, que, como não é eterno, dura tanto quanto dura.
Fernando Pessoa
                                                                        (As criadas)

MALVINA – Você  viu  Lucrécia?
LUCRÉCIA – Sim, Malvina, as duas senhoras estão aqui na praça.
MALVINA– Vai dar briga na certa.
LUCRÉCIA– Aquilo são duas Jararacas venenosas. Qualquer coisa é motivo pras duas famílias brigar.
MALVINA– A senhora Capuletto  tá sempre  acompanhada pela ama, pobre escrava.
LUCRÉCIA– A patroa  Montéquio só faz  a gente trabalhar pra ela.
MALVINA– Chiii! Os homens também tão aí.
LUCRÉCIA– Temos que  avisar os os patrões.
MALVINA– Não! Quero ficar bem aqui pra ver se acontece alguma coisa...
LUCRÉCIA– Vamo  muié! Não discuta comigo. Os príncipes de Verona vão acabar logo logo com essa briga.

                                                                               Cena 1
                                                    (Montéquios e Capulettos brigam na Praça).

SENHORA MONTÉQUIO– Rosalina, veja que dia lindo! A praça de Verona é o melhor lugar pra compras.
ROSALINA– Sim, Senhora Montéquio. Mas onde estará Romeu?

SENHORA MONTÉQUIO – Romeu me disse que iria convidar Mercucio e Benvólio pra virem à praça. Sabem eles que nós temos muitas compras pra carregar...
ROSALINA– Sabe, Romeu anda meio distante ultimamente. Até parece que não gosta mais de mim.
SENHORA MONTÉQUIO – Não se preocupe. Os jovens são todos assim: inconstantes. Mas onde estarão aqueles três?
ROSALINA– Ei, veja quem está passando por aqui!

                       (Senhora Capuletto e Ama, que está carregando uma sacola de compras)

SENHORA CAPULETTO – A praça está uma porcaria hoje. Os pássaros sujaram tudo, e... veja! Até os mendigos estão fazendo compras! A que ponto  chegamos!
AMA  – Não são mendigos, minha senhora, são os Montéquios.
SENHORA MONTÉQUIO – Boa tarde, conseguiram comprar alguma coisa?
SENHORA CAPULETTO– Sim, temos dinheiro. Não precisamos vender propriedades e jóias para tanto.

                                                    
                                                         (Romeu, Benvólio e Mercucio)

BENVÓLIO – Chegamos senhoras! Estamos prontos para ajudá-las.
ROMEU – Rosalina, senti saudades.
ROSALINA– Não parece você tá muito atrasado. A companhia não está agradável.
MERCUCIO – Ah, refere-se aos Capulettos? Como vai a nata de Verona?
SENHORA CAPULETTO – Vai bem, senhor Mercucio! Mas acho muito ruim o sobrinho do príncipe de Verona estar com os Montéquios.

                                                                                            (Teobaldo e o Capuletto)

TEOBALDO – Estes senhores estão a importuná-la?
SENHORA CAPULETTO – Oh, caro sobrinho Teobaldo e senhor meu marido.
(suas mãos são beijadas). Talvez...
CAPULETTO – Isto é um ultraje. Desembainhem suas espadas, patifes!
BENVÓLIO – Com prazer ralé! Verão o aço de  nossas espadas em vossos corpos pestilentos! (Mulheres retiram-se em pontos diferentes para torcer, enquanto os homens brigam. Música. Chega o Príncipe de Verona. Todos fazem reverência e acaba a briga)
PRÍNCIPE de Verona  – Hoje não, senhores. Vivem brigando, não aguentam um dia se quer?
PRINCESA de Verona - Até tu, meu sobrinho Mercucio, pare de Brigar.
PRÍNCIPE - Montéquios, venham comigo? Capulettos, espero vocês hoje à tarde para uma conversa muito séria.
PRINCESA – Estas brigas têm que acabar. Até vocês, senhoras, compartilhando desta selvageria! (Todos  saem. Música)

                                                                        Cena 2
                                           (Rosalina e Romeu, depois Benvólio e Mercucio)

ROSALINA – Quer saber de uma coisa, Romeu. Não estou mais a fim de namorar contigo.
ROMEU – Por quê?
ROSALINA – Você é imaturo, vive brigando e seus amigos são uns malucos.

                         (Chegam Mercucio e Benvólio que assustam e brincamcom Rosalina).

BENVÓLIO  – Como está o namoro?
ROSALINA– Acabou. Romeu, de agora em diante serei só sua amiga.
ROMEU – Me dá um abraço. (abraçam-se)
MERCUCIO – Vamos  hoje ao baile de  máscaras na casa dos  Capulettos?
Todos – Vamos!!!
BENVÓLIO – Mas... espera aí! Na casa dos Capulettos? É briga na certa.
MERCUCIO – Meu tio, o príncipe, mandou convidar a todos... E o velho Capuletto vai ter que aguentar os Montéquios.
ROSALINA – Vou de vestido novo. (Saem todos)
Cena 3 (No baile de máscaras na casa de Julieta)
AMA  – Já preparei tudo, senhora Capuletto.
SENHORA CAPULETTO – Tens certeza, Ama?
AMA – Sim, mas onde está Julieta?
SENHORA CAPULETTO – Veja! Está chegando aí. Linda máscara, filha.
JULIETA – Mamãe, tô feliz! Ótima ideia de comemorar meus quinze anos com um baile de máscaras. Mas... E os convidados?
SENHORA CAPULETTO
 – Daqui há pouco chegam minha filha. Mandei distribuir convites para todas as famílias.
AMA – Até para os Montéquios?
SENHORA CAPULETTO – O Príncipe nos obrigou a convida-los. Disse que seria bom para aproximarmos.
JULIETA – Que bom  mamãe! A briga das famílias é um tormento para toda Verona.
SENHORA CAPULETTO – Não creio que virão.
                            
                                         (Chegam Romeu, seus Pais, Benvólio com máscaras).

SENHORA CAPULETTO – Boa noite, senhores. Sejam bem vindos. Quem são?
MONTÉQUIO – Só poderemos revelar mais tarde. Afinal, é um baile de máscaras...
SENHORA CAPULETTO – Pois é!
MONTÉQUIO – Meu filho vim a esta festa só por insistência sua.
BENVÓLIO – Acalme-se, senhor Montéquio. Vamos divertir.

                                                        (Chegam os Príncipes com Mercucio)

PRÍNCIPE – Parabéns pelo lindo baile.
PRINCESA - Estou feliz de ver todas as boas famílias de Verona confraternizando juntas.

                                                      (Todos aplaudem, meio a contragosto. Chegam Teobaldo e Capuletto).

TEOBALDO  – Você viu senhor Capuletto, quem esta na festa?
CAPULETTO – Sei, são os Montéquios. Mas te acalma, temos que aceitar a presença deles. Afinal os príncipes praticamente me obrigaram a convidá-los.

(Música. Todos  dançam. Romeu tira Julieta para dançar.Quando vão beijar-se a Ama interrompe)

AMA - Senhora, sua mãe está te chamando.
JULIETA – Sim, adeus mascarado! (sai)
ROMEU - Quem era a moça com quem acabei de dançar?
AMA – É Julieta, a filha do dono da festa.
ROMEU – Destino cruel! Meu amor é filha do inimigo.

                                                                      (Todos saem do baile. Julieta fala com a Ama)

JULIETA – Ama. Quem era o mascarado?
AMA – Romeu, um Montéquio.
JULIETA – Leve este bilhete pra ele. Peça pra mim encontrar amanhã, depois do por do sol.
AMA – Isto não vai dar certo... (Luz apaga. Música. Fim do Baile).

                                                                                 Cena 4
                                  (Romeu jura amor eterno a Julieta e promete casar-se com ela)

ROMEU – Aqui estou como combinado. Aquela é Julieta? (Julieta aparece na janela)
 JULIETA(sem ver Romeu) Romeu, Romeu! Por que tinha que ser um Montéquio? Mas estou apaixonada... (Julieta vê Romeu) Como me encontrou?
ROMEU – Pulei o muro. Não se preocupe, está escuro, ninguém me viu entrar.
JULIETA  – Se te pegam te matam!
ROMEU – O que mata é o amor que sinto por você.
JULIETA – Me ama de verdade?
ROMEU – Claro minha linda. Juro por esta bela lua de hoje.
JULIETA – A  lua? A lua muda de faze toda  semana. Não jure pela lua. Não jure por nada, só por você mesmo.
ROMEU – Então eu juro por meu coração...
JULIETA - Pare de juramentos!
ROMEU – Então vou embora sem ao menos um beijo?
JULIETA – Só depois de casada.
ROMEU – Então vamos casar. Amanhã mesmo falamos com Frei Lourenço e casamos.
JULIETA – Sim, eu aceito. Encontraremos amanhã bem cedinho meu amor.
(A  Ama  chama  Julieta). Tchau Romeu!
(sai)
ROMEU - Oh!  Noite abençoada! Tenho medo. Este sonho é bom demais para ser realidade.

                                                                        Cena 5
                                                    (Frei Lourenço recebe Romeu e Julieta)

ROMEU – Frei Lourenço, estamos aqui para nos casarmos.
FREI LOURENÇO  –  Loucura, loucura! Vocês são apenas dois adolescentes.
JULIETA – Meu amor é grande, não consigo viver mais sem Romeu.
ROMEU –  E eu sem Julieta.
FREI LOURENÇO –  Meu filhos, suas famílias são inimigas.
JULIETA – Temos duas testemunhas.

                                                (Entram a Ama e Rosalina, espanto do Frei)

FREI LOURENÇO – Vejo que tão decididos mesmo. Vocês serão testemunhas?
AMA  – Sim, Julieta e Romeu merecem a felicidade.
ROSALINA – Os pombinhos tão apaixonados, e não há nada que os separe. Vamos ajudar.
FREI LOURENÇO – Que Deus me perdoe! Farei o casamento. Quem sabe isso poderá aproximar as duas famílias? E é importante que Deus dê o consentimento. ( Casamento).

                                                                    (Em frente a igreja)

MALVINA – Lucrécia, você viu quem acabou de sair da igreja?
LUCRÉCIA – Sim. Romeu e Julieta.
MALVINA – Estavam de  namoro! Vai dar o maior galho. As duas famílias não se bicam.
LUCRÉCIA – O amor é lindo!!
MALVINA – O mais lindo dos sentimentos.
PRINCESA – (chegando) Vocês duas aí! Me ajudem com as compras que fiz.
LUCRÉCIA – Sim, princesa.
MALVINA – A senhora sabe quem esta de namorico?
LUCRÉCIA – Romeu e Julieta. Montéquios e Capulettos.
PRINCESA – De vero!  Que mais? (As três saem).

                                                                               Cena 6
                                                (Na rua, estão Teobaldo, Mercucio e Romeu)

TEOBALDO  – A praça está mal frequentada hoje.
MERCUCIO – A quem você  se  refere Teobaldo?
TEOBALDO –   Você  e a família Montéquio.
ROMEU – Assim me ofende Teobaldo! Mas, por você não posso sentir ódio.
MERCUCIO – Mas eu sinto. Venha  com  a  espada  que eu defenderei  a honra da família.

                                       (Brigam Teobaldo e Mercucio. Romeu  tenta  separar e Mercucio é morto)

MERCUCIO – Maldição! Que  vocês, Montéquios e Capulettos, morram pelo ódio. (morre)
ROMEU –  Miserável! Agora  experimente  a  minha  vingança. (Romeu luta e mata Teobaldo. Chegam Benvólio e oMontéquio)
MONTÉQUIO – Meu filho, o que fez?
ROMEU – Pai, Benvólio, me ajudem a levar os corpos para um lugar escondido.
MONTÉQUIO – Sim, meu filho, rápido . (Ajuda a tirá-los)
ROMEU – E agora, o que farei?
BENVÓLIO – Fuja para Mântua. Aqui você será perseguido pelos Capuletto.
MONTÉQUIO -  Vou Conversar com o príncipe, explico que houve um duelo e que você defendeu a honra de Mercucio. Vá, meu filho!
ROMEU – Preciso encontrar a Julieta... (Saem).


                                                                         Cena 7
(Após uma noite de amor, Romeu foge e Julieta recebe a má notícia; quarto de Julieta entram Romeu e Julieta).

JULIETA - Já vai embora? Ainda está cedo. Não foi a cotovia, mas apenas o rouxinol que cantou.
ROMEU - Foi a cotovia, não foi o rouxinol. O rouxinol canta de madrugada e a cotovia de manhã. Já é manhã.
JULIETA - Não! É dia ainda, fica mais um pouco meu amor.
ROMEU – Você quer que eles  me  peguem?  Se me encontrarem  aqui  vão  me  matar.
JULIETA - É dia... Vai, corre! (Entra a Ama, e Romeu despede-se).
 AMA – Sra, a sua mãe tá vindo pra cá. Romeu já foi? Ah, que bom! (Sai).

SENHORA CAPULETTO (dentro) - Ó filha! Minha querida! Já está de pé?  Como você está?
JULIETA – Mãe! Estou péssima.
SENHORA CAPULETTO
- Ainda chora a morte de  seu  primo Teobaldo?
JULIETA – Ah, sim. Preciso chorar.
SENHORA CAPULETTO - Sim, menina; mas não chore pela morte dele e sim porque está vivo o miserável que o matou.
JULIETA – Quem é este miserável mãe?
SENHORA CAPULETTO  -  O bandido do  Romeu. É que esse  assassino ainda está com vida.
JULIETA - Sim, e bem longe de mim. (finge) Oh! Se eu pudesse vingar a morte do meu querido primo!
SENHORA CAPULETTO - Vamos vingar; pode ter certeza disso. Mas agora vim trazer notícia alegre.
JULIETA - Vem a tempo. Que  notícias ?
SENHORA CAPULETTO - Bem, bem, menina; você tem um pai lindo, que não suporta te ver triste; assim planejou um dia de alegria!
JULIETA - Mas, mãe, o que é?
SENHORA CAPULETTO - Filha, veja só! Na quinta-feira próxima, na igreja de São Pedro o conde Páris, moço valente e nobre, para sua alegria, te fará finalmente uma alegre noiva.
JULIETA – O que mamãe! Nguém fará de mim noiva alegre. A não ser meu amado Ro...
SENHORA CAPULETTO - Aí vem o seu pai; ele vai te explicar direitinho minha linda.

                                                           (Entram Capuletto e a Ama).

CAPULETTO – Então, falou pra Julieta a respeito de nossa decisão?
SENHORA CAPULETTO - Sim, já conversamos. Ela não concorda com isso.
CAPULETTO - Como! Não quer casar?
JULIETA – Não!.
SENHORA CAPULETTO - Ora essa! Você ficou maluca?
JULIETA – Meu bom pai, de joelho te suplico...
CAPULETTO -  Como pode me desobedecer! Vai  sim  na quinta-feira à igreja, ou nunca mais me olhe como o seu pai, nunca mais!  Basta! E não fale mais nisso. Sua mal educada...
AMA - Deus do céu que a ampare! Fez mal, senhor, ofende-la desse modo.
CAPULETTO — Por quê, dona “prudência”? Sua velha fofoqueira!
AMA — Não disse nada de mal.
CAPULETTO — Quieta  resmungona. Sua  tonta! (Saem os pais, Julieta chora).

                                                                          
                                                                                 Cena 8
                                                               (Rosalina e a Sra Montéquio)

ROSALINA– Sra.  Montéquio. Mais um mal aconteceu na cidade de Verona.
SENHORA MONTÉQUIO – O que foi, Rosalina?
ROSALINA - Romeu, seu filho, acaba de matar em duelo o Teobaldo, sobrinho do do  Capuletto.
SENHORA MONTÉQUIO – E onde esta, meu Romeu?
ROSALINA – Teve que fugir para Mântua. Mas o príncipe vai perdoá-lo, pois defendeu a honra de Mercucio.
SENHORA MONTÉQUIO – E nós, mulheres, não podemos fazer nada?
ROSALINA – Senhora, a sina das mulheres de nossa época é esperar que os homens tudo façam. Porém Julieta é diferente. Julieta casou-se em segredo com Romeu.
SENHORA MONTÉQUIO– Como sabe disso?
ROSALINA – Estive presente... ( saem)

                                                                                Cena 9
                                                (Julieta vai até a igreja pedindo ajuda e Frei

JULIETA– Padre, meu pai quer me obrigar a casar com quem não amo. O que faço?
FREI LOURENÇO – Tenho que ajudar... Não  pode  casar duas vezes.
JULIETA – Prefiro a  morte.
FREI LOURENÇO - Ouve: vai pra casa e fala que decidiu casar com o conde. Amanhã, à noite, fica sozinha, sem  a ama no quarto. Então bebe esta poção. Assim vai parecer morta. Como é costume em nossa terra, você será enterrada no túmulo dos  CAPULETTO. Aí mando uma carta para Romeu, em Mântua. Ele vem te pegar e os dois podem fugir juntos.
JULIETA – Me dê o falso veneno!. Mas se Romeu não puder ser avisado?
FREI LOURENÇO -  Toma. Vou  mandar agora mesmo a carta pro seu marido.
JULIETA – Está bem. Adeus, padre. (Saem e depois)
        
                                                          (Entra Julieta. Monólogo).

JULIETA – Adeus, mundo. Por um tempo estarei morta. Será que terei coragem de tomar isso? (Põe de lado um punha.). E se o Padre quiser me matar mesmo? Não, ele não faria isso. Ele é um homem de Deus. Sempre me ajudou. (pensa no túmulo). Ah, eu vou ter que ficar no túmulo da família. Teobaldo está lá. Que medo! Mas vou tomar. O amor que sinto por Romeu é mais forte. Romeu, bebo por sua causa. (Cai).

                                                                               Cena 10.
               ( Cena muda. Frei Lourenço, a família de Julieta e a Ama deitam Julieta na cripta).

LUCRÉCIA – Coitadinha da Julieta! Morreu no dia do casamento.
MALVINA – Todos falam que ela tomou veneno, a família não quis comentar. Preferiu morrer a casar com quem não ama.
LUCRÉCIA – A mãe tava inconsolável. Única filha.
MALVINA – Romeu está em Mântua. Coitado, nem pode saber da morte de Julieta.
LUCRÉCIA – Dizem que avisaram o rapaz. Ele vai voltar logo, pelo menos pra ver a sua amada.
MALVINA – Que pena , eram um  belo casal. E as famílias podiam parar de brigar por causa disso.
LUCRÉCIA – É mesmo! Eu, se fosse ele, também tomava veneno.
MALVINA – Sai pra lá. Já basta uma família triste. (saem).

                                                                             
                                                                               

                                                                                 Cena 11
                                         (Romeu chega à cripta e pensa que Julieta está morta).

ROMEU – Amor, Julieta, corri de Mântua até aqui para te ver. Disseram-me que tinha morrido. Pelo que vejo é verdade. Vou beber este veneno que comprei, assim te acompanho no teu sonho de morte. (Julieta acorda)
JULIETA – É aqui que devia estar. Mas agora estou livre pra Romeu. (vê Romeu e o veneno).
Meu amor, não recebeu a carta de Frei Lourenço? O veneno... Bebeu tudo. Quem sabe sobrou um pouco em teus lábios? Ainda estão quentes.  (pega o punhal). Punhal serei tua bainha... (suicida-se)

                                                                           Cena 12
                                                                             (Todos tristes)

FREI LOURENÇO – Pobre casal! Romeu não recebe  a minha carta e, pensando que Julieta estivesse morta, bebeu veneno. A moça resolveu acompanhá-lo, matando-se com um punhal.
PRÍNCIPE - Capuletto! Montéquio! Vede como  sobre  vosso ódio a maldição caiu e como o céu vos mata a alegria valendo-se do amor.
PRINCESA - Fomos todos punidos pelo ódio.
CAPULETTO – Me dá tua mão, senhor Montéquio; é o dote  de  minha filha. Mais não posso pedir.
MONTÉQUIO - Mas eu posso dar mais, pois hei demandar fazer a estátua dela do mais puro ouro. Enquantof or Verona  conhecida,  nenhuma  imagem terá tanto preço como a da bela Julieta.

CAPULETTO - Romeu também fama dará à cidade; são vítimas de nosso ódio.
PRINCIPE- Esta manhã nos trouxe paz sombria: esconde o sol, o rosto. Ide; falai dos fatos deste dia para todo o mundo.
PRINCESA - Sereis clementes a contra gosto, que há de viver na memória de todos esta triste história de Romeu e Julieta. (Saem. Fica Romeu e Julieta deitados).
Coro -  E, em breve, sob a veste do ideal que formamos, que se esfacela, surge o corpo real da pessoa humana, em que o vestimos. 
O amor romântico, portanto, é um caminho de desilusão.
Fernando Pessoa 
                                                                                 FIM

Personagens:  Julieta, Sra. Capuletto, Sra. Montéquio, Rosalina  (ex-namorada de Romeu) , Ama, Princesa, Malvina,  e Lucrécia (as 2 criadas dos Príncipes).

- Romeu, Frei Lourenço, Mercucio, Teobaldo, Capuletto, Benvólio, Príncipe, Montéquio.Sendo das famílias rivais.

Capulettos: Julieta, Teobaldo (primo de Julieta), a Mãe e o Pai.

Montequios:  Romeu, Benvólio, Mercucio (sobrinho do príncipe de Verona) Pai e  Sra. Montéquio,  Frei Lourenço, Rosalina e Ama.

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