Fragmentos de estudos sobre alguns conceitos da teoria de Jean Piaget
O Construtivismo
“O construtivismo segundo Becker é uma teoria que nos permite ver a educação como um processo de construção de conhecimento, partindo da premissa de que “o compromisso da escola deve ser o de construir o novo, superando o arcaico, e não o de repetir, interminavelmente, o antigo” (Bexker,1994,p92). Para Piaget, os indivíduos constroem seu próprio conhecimento, sendo a aprendizagem um processo construtivo; por essa razão, sua teoria ficou conhecida como “teoria da epistemologia genética”.(Apostila Claretiano)
“Segundo a Teoria Construtivista, o sujeito é ativo e em todas as etapas de sua vida procura conhecer e compreender o que se passa à sua volta. Mas não o faz de forma imediata, pelo simples contato com os objetos. Suas possibilidades, a cada momento decorrem do que Piaget denominou esquemas de assimilação, ou seja, esquemas de ação (agitar, sugar, balançar) ou operações mentais (reunir, separar, classificar, estabelecer relações), que não deixam de ser ações, mas se realizam no plano mental. Estes esquemas se modificam como resultado do processo de maturação biológica, experiências, trocas interpessoais e transmissões culturais. Por outro lado, os objetos do conhecimento apresentam propriedades e particularidades que nem sempre são assimiladas (incorporadas) pelos esquemas já estruturadas no sujeito. Isto ocorre, ou porque o esquema assimilado é muito geral e não se aplica a uma situação particular, ou porque é ainda insuficiente para dar conta de um objeto mais complexo. Assim, uma criança que já construiu o esquema de sugar, assimila a mamadeira, mas terá que modificar o esquema para sugar a chupeta, comer com colher, etc. Outro exemplo: um aluno que já construiu o conceito de transformação terá que compreendê-lo tanto em situações específicas da vida cotidiana, como em conteúdos de História, Geografia, Biologia, etc. .(Fonte: Multirio.gov).
A teoria Socioconstrutivista
”A abordagem teórica socioconstrutivista também é conhecida como teoria sócio interacionista, ou ainda, histórico-cultural. A base da teoria de Vygotsky está no interesse em explicar como se formaram, ao longo do tempo, as características tipicamente humanas de seu comportamento e como elas se desenvolvem em cada indivíduo.”(Campos)
“Assim como Piaget, Vygotsky acreditava que a pessoa é um ser ativo, atento e atuante sobre o seu ambiente, no qual: [...] Seus modos de perceber, de representar, de explicar e de atuar sobre o meio, seus sentimentos em relação ao mundo, ao outro e a si mesmo, enfim, seu funcionamento psicológico, vão se constituindo nas suas relações sociais.” (FONTANA; CRUZ, 1997, p. 57).
Cada indivíduo possui características individuais e coletivas, portanto a pessoa vai interagir no meio de acordo com as especificidades adquiridas geneticamente e através da cultura. Portanto temos uma memória genética herdada dos pais e outra construída através dos fatos históricos que vão do nascimento até a morte. A herança genética e conhecimento adquirido no meio formam a base da teoria socioconstrutivista. As etapas do desenvolvimento pesquisadas e observadas por Piaget contribuem na forma de ministrar as disciplinas na sala de aula, e melhoria significativamente na relação do aluno e professor no que diz repeito a formação.
A mediação entendida pela teoria Socioconstrutivista.
“O processo que consiste na presença de um mediador durante o processo de ensino-aprendizagem é denominado "zona de desenvolvimento proximal”. Parte-se do princípio de que todos têm um potencial para aprender (nível de desenvolvimento potencial), isto é, a capacidade de desempenhar tarefas com o auxílio de uma pessoa mais experiente (adulto ou criança mais velha). No entanto, é muito importante estar atento ao momento de desenvolvimento em que a criança se encontra, pois servirá de potencial para novas aprendizagens. “( Campos)
O professor é mediador no período do processo de aprendizado, situação denominada de (zona de desenvolvimento proximal); esta relação professor aluno facilita o desenvolvimento do potencial de realizar tarefas do aluno, devendo observar o estágio de desenvolvimento da criança e com isso aproveitar para ministrar novas situações de aprendizado.Zona de desenvolvimento proximal
Nível de desenvolvimento real e nível de desenvolvimento potencial.
“A zona de desenvolvimento proximal refere-se ao espaço/ período em que a aprendizagem acontece, com base em dois níveis de desenvolvimento: o real e o potencial.” (CAMPOS)
"A zona de desenvolvimento proximal é a fase que acontece a aprendizagem em dois níveis: real e o potencial. A definição real pode determinar a ação da solução de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial acontece com a solução de problemas sob orientação de alguém mais capaz. Assim Vygotsky (1994, p. 112) define zona de desenvolvimento proximal como: [...] a distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração de companheiro mais capaz. Conceitos segundo Piaget que se relacionam com a forma com a qual a criança/adolescente constrói seu conhecimento. “Com base nessa visão, observa-se que as estruturas e as funções fisiológicas são naturalmente fornecidas pela natureza, como, por exemplo, a capacidade de memória. Nessa situação já existente, a Educação vem para contribuir com suportes ambientais, a fim de criar estímulos que forneçam ao indivíduo condições de desempenho das suas estruturas e funções cerebrais. Compreende-se que os estágios de desenvolvimento são contínuos, e o processo de mudança ocorre como um produto de maturação fisiológica somado a acontecimentos ambientais e à própria formação dos processos cognitivos do indivíduo.” (STEIMBERG, 2000).
"Embora esse desenvolvimento cerebral seja contínuo, em termos da fisiologia, há um pico de desenvolvimento neural no início da vida adulta. Em contrapartida, observa-se uma perda de aproximadamente 5% do peso cerebral por volta dos 80 anos de idade. ( Apostila Claretiano).
“A teoria piagetiana apresenta-nos alguns princípios que são fundamentais ao entendimento de como o pensamento do indivíduo é organizado e modificado ao longo de sua vida, sendo a organização e a adaptação duas tendências básicas do pensamento. Organizar implica combinar, ordenar, recombinar e reordenar pensamentos e comportamentos em estruturas coerentes. Essas estruturas são denominadas “esquemas”. Segundo a teoria de Piaget, os esquemas são sistemas organizados de ações ou pensamentos que permitem aos indivíduos representar, mentalmente, os objetos, os eventos e os conceitos do mundo que os cerca. Os esquemas podem variar dos mais simples aos mais complexos. Por exemplo, uma criança com um ano de idade apresenta esquemas mais simples, podendo ser atribuído o esquema (representação mental; estrutura cognitiva) de cachorro (au-au) a todos os animais que possuem pelos e quatro patas. Conforme ela vai se desenvolvendo e tendo contato com diferentes pessoas e ambientes, começará a perceber que nem todos os animais que possuem patas e pelos são cachorros. Diante disso, essa criança passará a incorporar outros esquemas aos já existentes, tornando seu pensamento mais complexo e sofisticado.(Apostila Claretiano).
Piaget propõe a existência de quatro estágios
“De acordo com Wadsworth (1996), para explicar o desenvolvimento intelectual, Piaget partiu da ideia de que os atos biológicos são atos de adaptação ao meio físico e a organizações do meio ambiente, sempre procurando manter um equilíbrio. Nessa direção, Piaget entende que o desenvolvimento intelectual age do mesmo modo que o desenvolvimento biológico. Portanto, outro fator importante está na capacidade da pessoa em adaptar-se e ajustar-se ao ambiente em que vive.( 149 Claretiano)
A este mecanismo de ampliação ou modificação de um esquema de assimilação, Piaget chamou de acomodação. E fica claro que, embora seja "provocado" pelo objeto, é também possível graças à atividade do sujeito, pois é este que se modifica para a construção de novos conhecimentos. O conteúdo das assimilações e acomodações variará ao longo do processo de desenvolvimento cognitivo, mas a atividade inteligente é sempre um processo ativo e organizado de assimilação do novo ao já construído, e de acomodação do construído ao novo. Fica assim estabelecida a relação do sujeito conhecedor e do
objeto conhecido. Por aproximações sucessivas, articulando assimilações e acomodações, completa-se o processo a que Piaget chamou de adaptação. A cada adaptação realizada, novo esquema assimilador se torna estruturado e disponível para que o sujeito realize novas acomodações e assim sucessivamente. O que promove este movimento é o processo de equilibração, conceito central na teoria construtivista. Diante de um desafio, de um estímulo, de uma lacuna no conhecimento, o sujeito se "desequilibra" intelectualmente, fica curioso, instigado, motivado e, através de assimilações e acomodações, procura restabelecer o equilíbrio que é sempre dinâmico, pois é alcançado por meio de ações físicas e/ou mentais. O pensamento vai se tornando cada vez mais complexo e abrangente, interagindo com objetos do conhecimento cada vez mais abstratos e diferenciados.(Fonte: Multirio.gov).
Teoria do Processamento da Informação
“ Com o surgimento do computador e da modelagem computacional, houve uma associação entre os estudiosos tanto de áreas interdisciplinares da Psicologia Cognitiva quanto da Ciência da Computação, Sistemas de Informação, Neurociência, inteligência artificial e áreas afins. Poderíamos compreender o processamento da informação, em termos psicológicos, como uma variável relevante para o estudo da cognição e da inteligência, assuntos esses muito importantes para a Educação. Com base nessa visão, observa-se que as estruturas e as funções fisiológicas são naturalmente fornecidas pela natureza, como, por exemplo, a capacidade de memória. Nessa situação já existente, a Educação vem para contribuir com suportes ambientais, a fim de criar estímulos que forneçam ao indivíduo condições de desempenho das suas estruturas e funções cerebrais. Poderíamos compreender o processamento da informação, em termos psicológicos, como uma variável relevante para o estudo da cognição e da inteligência, assuntos esses muito importantes para a Educação.” (Campos)
“ Na metacognição, observa-se a habilidade de ir além do pensamento, o desenvolvimento pelo aluno de modos eficazes para lidar com a informação proveniente do meio e com os próprios processos de pensamento (RIBEIRO, 2003).”
“Na metacognição, conforme Boruchovitch (1999), há dois processos cognitivos. O primeiro diz respeito ao:
• Conhecimento sobre si próprio em relação aos pontos fortes, pontos fracos, preferências pessoais e atitudes.
• Conhecimento sobre a tarefa ou atividade que revela os níveis de dificuldade e demanda. • Conhecimento sobre a utilização de estratégias que se referem a quais estratégias utilizar, quando, por quê e para quê utilizá-las.”
“Compreendemos, portanto, como estratégias de aprendizagem o uso adequado das habilidades de classificação, a seriação, a organização, o sublinhamento, tomar notas e fazer apontamentos, os sombreamentos, a memorização de aspectos principais, a revisão, a exploração de ideias, a realização de sumários e resumos, o estudo em grupo, entre outras. Para a avaliação das próprias aprendizagens, podem-se utilizar as simulações, as questões de revisão, a análise de questões, entre outros.”(Apostila Claretiano)”
Para o educador à regulação e o controle do comportamento são importantes porque faz conhecer sobre as diferenças entre si próprio e os outros. Esta questão do autoconhecimento reflete a “singularidade” ou “diferenças individuais”. No entanto é necessário que o indivíduo exerça três tipos de controle: planejamento, monitoramento e regulação. O planejamento possibilita a busca pelos objetivos e metas traçadas, estuda o terreno antes de caminhar na busca de resultado. Portanto é necessário estabelecer as metas a serem atingidas; o que preciso para realizar o plano traçado, quais e tais estratégias são eficazes para alcançar sucesso na busca pela realização do objetivo, e a questão da organização do tempo que é preciso dedicar para obter sucesso na empreitada. O monitoramento é a capacidade do próprio individuo de conferir o próprio processo de aprendizagem, consegue focar a sua própria leitura, autoconhecimento sobre o que compreende sobre determinado conteúdo., e a regulação e a capacidade do aluno redirecionar seu comportamento diante do estudado afim de melhorar sua dificuldade de compreensão, volta a reler determinado ponto para maior entendimento de determinado tópico.
“Com base nessa visão, observa-se que as estruturas e as funções fisiológicas são naturalmente fornecidas pela natureza, como, por exemplo, a capacidade de memória. Nessa situação já existente, a Educação vem para contribuir com suportes ambientais, a fim de criar estímulos que forneçam ao indivíduo condições de desempenho das suas estruturas e funções cerebrais. Compreende-se que os estágios de desenvolvimento são contínuos, e o processo de mudança ocorre como um produto de maturação fisiológica somado a acontecimentos ambientais e à própria formação dos processos cognitivos do indivíduo (STEIMBERG, 2000).
“Embora esse desenvolvimento cerebral seja contínuo, em termos da fisiologia, há um pico de desenvolvimento neural no início da vida adulta. Em contrapartida, observa-se uma perda de aproximadamente 5% do peso cerebral por volta dos 80 anos de idade.”(Claretiano)
Assim podemos observar ao longo da vida algumas fases de maturação que vem acompanhada de potências que serão desenvolvidas de forma natural hereditária, complementado pelo conhecimento adquirido através do meio. Temos uma evolução orgânica natural que possibilita a aquisição de novos conhecimentos. Portando o professor deve saber aproveitar cada ciclo de vida do aluno para aplicar disciplina condizente com a maturação de cada organismo afim de fomentar o desenvolvimento das potencialidades humana propiciando o pleno desenvolvimento intelectual e emocional do individuo.
Bibliografia
CAMPOS, J. A. P. P. et al. Psicologia da Educação. Batatais: Claretiano, 2013. Unidade
CAMPOS, J. A. P. P. et al. Psicologia da Educação. Batatais: Claretiano, 2013. Unidade 4 – Teorias Cognitivas da Aprendizagem (confira no Material de Apoio). Internet: Site: Multirio.gov
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