Vida e Morte - A existência é fugaz.

    Hoje fui ao cemitério pintar e por flores pros familiares que mudaram pro outro lado. Pois é, a gente morre um dia, a carne envelhece, apodrece e vira pó, uma realidade nua e crua. Orei, cantei, assobiei e celebrei enquanto pintava a residência do além. O que é a morte? O fim da existência corporal. Temos outras vidas? Sinceramente não sei, tenho fé na vida após a morte, mas uma fé com certa dúvida, faz parte da minha cultura filosófica existencial não acreditar em tudo. Acreditar em algo afim de confortar os ânimos? É duro perder alguém que a gente ama.  Enquanto passava tinta na parede do túmulo pensava na vida passageira e fugaz dos entes queridos, então pra que tanta frescura e violência no cotidiano se sei que a qualquer hora a majestade morte vem pegar esta casca carnal maravilhosa? Refletir sobre a morte ajuda a ser realista e a ter humildade. Nascer, viver, envelhecer e morrer, eis nosso destino traçado. Por dia devem morrer umas 200000 pessoas, e outras 200000 e tantas nascem, o mundo acaba e nasce todos os dias. Aí me pergunto pra que tanta ansiedade, correria do dia a dia muitas vezes sem sentido? O fim faz pensar, e pensar faz apoupar a realidade, daí tanta fuga, sublimação e escape, junta isso com a violência no cotidiano, aí já viu, qualquer coisa leva o sujeito a viajar no irreal. Algumas pessoas amam a morte e até rezam pra ir embora deste mundo, lembra os românticos curtidores da foice que degola.  Não sei se quero ir daqui para outra, hoje por exemplo estou de bem com a vida, mas amanhã tudo pode mudar, a vida é dinâmica e surpreende. Ir ao cemitério faz bem tira o véu da bolha ilusória e faz cair na real. Por outro lado tem essa história de respeito com a tradição de enterrar os mortos, deixe o morto enterrar seu morto. Estamos todos mortos, ou vivos? Morto vivo e vivo morto. Então pergunto pra que tanto apego material, juntar dinheiro, patrimônio e coisas diversas. Diante da morte que sentido faz ter apego? Só sei que a cada dia meu corpo segue na direção da extinção total, logo ali na frente vou ser aniquilado.  Viva a morte e a vida! Afinal um alimenta o outro. E basta de apego tolo, sigo em frente vivendo cada momento, cada dia, e que a madame foice venha no instante que for o dia d, nem antes nem depois.