O livre-arbítrio pleno é um sonho de prisioneiro.

    O destino da vida no planeta terra caminha em direção a extinção assim como tudo que ganha vida padece da bendita morte, daí corremos contra o relógio. E o que o livre-arbítrio tem haver com isso? Olho pra Marte como a tabua da salvação da vida no planeta, o cosmo passa a ser a nossa esperança de perpetuação da existência. Esse sentimento de preservação é algo inerente ao ser humano e toda espécie viva; o dia a dia mostra claramente a luta pela sobrevivência custe o que custar. O cotidiano esta cheio de exemplos do quanto estamos ligados em manter a ordem das coisas, por exemplo, assim que acordo pela manhã começo o ritual de ir mais além, arrumo aqui e ajeito lá. Se um dente começa a estragar aparece aquela preocupação com a saúde bucal, preciso concertar isso ou aquilo, por ordem e ter controle sobre as coisas. E quando deixo o barco seguir sem preocupação aparente surge aquela sensação de abandono do padrão primordial da sobrevivência. Vejo até muita paranoia nisso, um desespero de ganhar vida por alguns dias, meses e anos. Corremos atras do existir. Até quando? Até a força esgotar. Daí muitas vezes questiono o livre-arbítrio. O próprio ato de deixar a vida de lado, desapegar pode ser condicionamento afim de atingir a sequencia do existir sem muita obsessão. A sensação de ser condicionado, obrigado a sobreviver independente das condições de vida que levo. Não posso me gabar do sucesso que tenho porque recebi da natureza um dna em condição de seguir em frente, também não posso me condenar ao fracasso porque sou o que sou. E o livre-arbítrio? Sou livre e ao mesmo tempo não sou, complicado. Pra umas coisas sou livre e pra outras estou fadado ao condicionamento. Se alguém pergunta algo posso responder ou não, tenho a liberdade do sim e do não; mas pensando bem, será o sim e o não uma condição programada? Essa história de ser eu mesmo pode ser força de expressão apenas. Diferente dos animais o homem tem a capacidade de interpretar, raciocinar e usar o cérebro de forma complexa, mas isso não é um condicionamento? Se o homem é limitado, logo é condicionado aos limites, e onde fica o livre-arbítrio? Ser o que sou já pressupõe a consciência de limite, daí o livre-arbítrio não é bem livre, mas carrega algum arbítrio, isso coloca em cheque a palavra livre. O homem não é livre mas condicionado aos limites do ser humano, uma angustia invisível que ronda meu sonho de liberdade plena, mesmo com o poder de abrir minha jaula ainda tenho correntes invisíveis. 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Tantra Totem de Boa Sorte - Do Nepal.

Como Deus Ajuda Na Preservação da vida