NÃO APRESSE O RIO (ele corre sozinho). De Barry Stevens. Livro bom de ler.

A autora faz uma reflexão, um relatório sobre a sua experiência e estudo na Gestalt-Terapia, vivencia com os índios americanos, Zen, e Krishnamurti. A busca pelo autoconhecimento a fim de aprofundar as reflexões pessoais para lida melhor com os conflitos do cotidiano.
 "É preciso viver sozinho. É só então que a gente realmente chega perto de outra pessoa". Barry Stvens
 Barry busca se expressar através da forma simples, onde o corpo, a mente e a escrita se tornem uma coisa só. Quando escreve sobre deixar o rio correr sozinho, como ela mesma diz: deixar-se ir junto com a vida sem tentar fazer a vida ir para algum lugar, não fazer com que algo aconteça simplesmente ir com o fluxo das águas da vida.  
“ Veja, esta é uma coisa que eu gostaria de ter, uma comunidade Gestalt, mas não tenho. Se realmente as pessoas têm algum propósito de se clarificar, de abandonar parte do seu ego pessoal  (coisas que neste país são extremamente fortes, não sei como são em outros lugares); coloca-se tanta ênfase sobre aquilo que eu quero, eu preciso conseguir isto, eu preciso ter isto, para mim é importante ter este tipo de trabalho, eu preciso fazer aquilo e você não deve me atrapalhar; e , a menos que as pessoas estejam dispostas a ceder, não vejo qualquer possibilidade de existir uma comunidade. (P: Você não vê…?) Digo, a menos que as pessoas estejam dispostas. Se elas tiverem algum interesse real e disposição para entender e abandonar parte de seus laços com o ego, e realmente trabalhar para se clarificar, então vejo possibilidade.” Barry Stevens
  É um livro muito bom de ler porque remete a um “lugar comum”, o cotidiano na sua forma simples. Quando paramos para ouvir o canto de um passarinho, o som das folhagens quando o vento sopra de um lado para o outro, sentir o sol tranquilo da manhã na pele é como um chamado para a vida do autoconhecimento, da relação honesta consigo mesmo e com o outro, livre de hipocrisias, e bem junto da natureza.  Quando li este livro pela primeira vez no inicio da década de 90 eu ainda mora em São Paulo, capital, estava no centro da agitação e dos excessos de todo tipo, principalmente poluição sonora, visual e das águas; lembra os dias que eu vivia livre pelos campos e montanhas do interior de minas, perto e dentro de uma natureza ainda sem os grandes ruídos da grande metrópole. Essas coisas mexem com a gente, faz refletir se vale sacrificar o corpo por objetivos profissionais. De certa forma o livro também é um chamado ecológico, isso agora tá na moda, vejo e recebo noticias dos paulistanos da capital desejando esse retorno para uma vida saudável e junto com a natureza. O livro é cativante porque a autora consegue ser simpática e alegre quando fala da busca por uma vida melhor com saúde física, mental e espiritual. Parece que o mundo de hoje fala mais nestas situações de como viver em harmonia interior e socialmente, sem deixar de cuidar de fato da natureza como um todo. Para isso a autora usa do linguajar indígena, do Zem e dos ensinamentos de Krishnamurti, e da experiência na comunidade da Gestalt-Terapia.  Curto este livro porque tem importância para a aula de Expressão Corporal, sempre cito esse livro para os meus alunos por causa do estresse e falta de foco de alguns alunos, principalmente na adolescência. Quando aplico aula de meditação falo da importância de olharmos para dentro de nós mesmos, de ficar em sintonia com a natureza, etc. A Gestalt ajuda na concentração do aluno porque valoriza o aqui-agora, trás a atenção do aluno para dentro de si mesmo, contribui para harmonia na sala de aula e relacionamento com os colegas.

"A Gestalt-Terapia, também conhecida como Terapia Gestalt, é uma abordagem psicológica, e que possui uma visão de homem e de mundo pautadas na doutrina holística, na fenomenologia e no existencialismo. Baseada no "aqui-e-agora", a Gestalt-Terapia tem como foco levar as pessoas a restaurar o contato consigo, com os outros e com o mundo. Por ser considerada uma abordagem Humanista, acredita na capacidade do ser humano em se auto-realizar e de desenvolver seu potencial. " 
STEVENS, Barry. NÃO APRESSE O RIO (ele corre sozinho). Summus Editorial;1978.

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