A Essência Das Artes E A Possibilidade Da Técnica Do Ator Como Elemento Básico Na Arte-Educação Infantil
MAURILIO
TADEU DE FREITAS
Resumo
Este artigo cientifico procura compreender
alguns fundamentos das Artes, especificamente técnicas do teatro uteis para
educação, e como podem contribuir com o ensino aprendizagem afim de facilitar o
desenvolvimento das inteligências/potencias do aluno. O foco principal é a
arte-educação infantil, no como se processa a pedagogia nessa fase importante
da vida com ressonâncias vitais para toda existência. Para
(Barbosa, 2016) é
absolutamente importante o contato com a arte por crianças e adolescentes.
Primeiro, porque no processo de conhecimento da arte são envolvidos, além da
inteligência e do raciocínio, o afetivo e o emocional, que estão sempre fora do
currículo escolar. Interessa
saber de alguns conteúdos e métodos artísticos que podem
fazer a diferença e facilitar a expansão da consciência. Conforme (Barbosa,
2016) o teatro desenvolve a comunicação, coloca em pauta o verbal, sonoro,
visual e o gestual. Talvez seja a mais completa das artes incluídas na escola. Assim
vamos refletir sobre adaptações do método e da técnica do ator profissional; discutir
o relacionamento entre o professor e o aluno; os caminhos do aprendizado, e
apontar alguns fenômenos que
surgem na educação com as experiências artísticas nas múltiplas possibilidades
de organização e aplicação das atividades. Por outro lado é fundamental saber
sobre os cuidados que o aluno recebe, como ele é acolhido no ambiente escolar e
as condições deste meio; a forma como o conteúdo é aplicado afim de obter
resultados satisfatórios; a questão espacial e material da escola; a realidade
social, político e econômico da educação e do país. Qual é o ideal e a
realidade da educação contemporânea? Como os agentes e autoridades responsáveis
pelos destinos da educação devem atuar para possibilitar o pleno desenvolvimento
do aluno? Desafios da nossa educação atual que este artigo cientifico objetiva
analisar jogando luz nos principais problemas afim de propor soluções.
Abstract
This
scientific article tries to understand some fundamentals of the Arts,
specifically theater techniques useful for education, and how they can
contribute with teaching learning in order to facilitate the development of the
intelligences / powers of the student. The main focus is the infantile
art-education, in the way pedagogy is processed in this important phase of life
with resonances vital to all existence. For (Barbosa, 2016) the contact with
art by children and adolescents is absolutely important. First, because in the
process of knowledge of art are involved, beyond intelligence and reasoning,
affective and emotional, which are always outside the school curriculum. It is
interesting to know of some artistic content and methods that can make a
difference and facilitate the expansion of consciousness. According to
(Barbosa, 2016) the theater develops the communication, it puts in order the verbal,
sonorous, visual and the gestural. Perhaps it is the most complete of the arts
included in the school. Thus we will reflect on adaptations of the method and
technique of the professional actor; discuss the relationship between the
teacher and the student; the paths of learning, and point out some phenomena
that arise in education with the artistic experiences in the multiple
possibilities of organization and application of activities. On the other hand
it is fundamental to know about the care that the student receives, how he is
received in the school environment and the conditions of this environment; the
way the content is applied in order to obtain satisfactory results; the spatial
and material question of the school; the social, political and economic reality
of education and the country. What is the ideal and reality of contemporary
education? How should the agents and authorities responsible for the destiny of
education act to enable the full development of the student? Challenges of our
current education that this scientific article aims to analyze throwing light
on the main problems in order to propose solutions.
Introdução
Os
desafios na educação aparecem a todo instante devido ao dinamismo e as novas
tecnologias da era globalizada, com reflexo social, político e econômico na sala
de aula. Precisamos pesquisar e analisar melhor tais fenômenos para desenvolver
adequadamente a estrutura do ensino aprendizagem. Os desafios do momento exigem
melhor elaboração pedagógica afim de organizar e encaminhar os impulsos de
reação ao meio. Recebemos e emitidos através dos nossos sentidos diversas formas de comunicação, algumas boas e outras não. Estas
respostas, reações ao meio necessitam ser elaboradas de acordo a favorecer ao diálogo.
O aluno precisa elaborar adequadamente os conflitos internos e externos, e
apenas com conhecimento a pessoa pode agir e reagir de forma civilizada na
resolução dos problemas contemporâneos. A democracia é fundamental para a
engrenagem da educação funcionar com mais oxigênio. Para (Dewey,2010,
p.93)
a
arte é a prova viva e concreta de que o homem é capaz de restabelecer,
conscientemente e, portanto no plano do significado, a união entre sentido,
necessidade, impulso e ação que é característica do ser vivo. A experiência com
a arte estabelece conexões consistentes entre o interior do homem e o exterior
social. Existe uma ligação daquilo que penso e sinto sobre o mundo histórico
social e com cada indivíduo que dele faz parte. De acordo com (Freitas, 2018) não
se divide pensamento, ação e sentimento no gesto, o ser total é um único
movimento orgânico vivo. O contato do indivíduo com o meio deve ser de forma
integral, isso não acontece quando a educação privilegia apenas a razão, logica
matemática, deixando de lado o emocional, sentimentos e emoções; a educação
parcial divide e prejudica o aluno. Devemos estar atentos
aos paradigmas e necessidades da escola deste início de século XXI. É
importante a reflexão sobre as práticas e teorias na arte-educação afim de
compreender e atuar melhor na estrutura que compõe a realidade social do aluno.
Analisar para interferir no pontos fundamentais afim de obtermos avanços
necessários e significativos. Cada
geração possui necessidades especificas que devem ser atendidas, e as artes
podem ajudar porque agregam valores científicos e culturais importantes. Existem vários estudos sobre como os processos
criativos artísticos potencializam o aprendizado das crianças, jovens e adultos.
Atualmente,
a abordagem mais contemporânea de Arte-Educação na qual estamos mergulhados no
Brasil é a associada ao desenvolvimento cognitivo (...) Segundo Eisner, refinar
os sentidos e alargar a imaginação é o trabalho que a arte faz para
potencializar a cognição. Cognição é o processo pela qual o organismo se torna
consciente de seu meio ambiente. (BARBOSA,1998).
Hoje não resta dúvidas sobre como as artes
enriquecem o processo cognitivo da aprendizagem. Alguns exercícios usados pelos
artistas no aprimoramento das técnicas criativas são uteis quando adaptados
para o aluno, como exemplo podemos citar a metodologia do ator profissional. A
arte do ator/artista quando traduzida para a realidade da educação faz
verdadeira revolução no corpo e mente do estudante, mudam a compreensão de si
mesmo e do mundo. A consciência da expressão corporal possibilita o
desenvolvimento da coordenação motora e da visão espacial, transforma a
percepção de comportamento no cotidiano. Experimentar determinados exercícios
testados ao longo de décadas por artistas, educadores e cientistas consagrados,
afinam o olhar e transforma a atuação diante dos fatos. Conforme (Apostila
Faveni, 2018) para Jean Piaget, o desenvolvimento cognitivo é uma teoria
de etapas, pressupõe que o ser humano passe por uma série de mudanças ordenadas
e previsíveis. Partindo desse pressuposto, os processos artísticos na escola
devem aproveitar a teoria das etapas do desenvolvimento para ampliar o
conhecimento de cada aluno. As artes trabalham o aluno por inteiro.
A arte é um patrimônio cultural da
humanidade, e todo ser humano tem direito ao acesso a esse saber, de acordo com
os Parâmetros Curriculares Nacionais, a educação em arte propicia o
desenvolvimento do pensamento artístico e da percepção estética, que
caracterizam um modo próprio de ordenar e dar sentido à experiência humana: o
aluno desenvolve sua sensibilidade, percepção e imaginação, tanto ao realizar
formas artísticas quanto na ação de apreciar e conhecer as formas produzidas
por ele e pelos colegas, pela natureza e nas diferentes culturas. (PCN,
arte,1997)
Os
exercícios e as técnicas quando bem aplicados para a realidade de cada
estudante revoluciona o modo de pensar e agir, refina os sentidos e expande as inteligências/potencias.
Portanto a arte-educação contribuem de fato para desobstruir os obstáculos que
impedem o pleno desenvolvimento do aluno.
Desenvolvimento
Não é de hoje que o ser humano apropria-se
da natureza e da criação artificial, ou seja, dos elementos teóricos, práticos,
concretos e abstratos afim de realizar os seus desejos e manutenção. O homem está
em permanentemente luta pela sobrevivência, deseja viver bem, confortável, ter prazer,
enfim, quer ser feliz na vida. A educação artística faz parte da estrutura que
compõe a rede no enfrentamento dos problemas e soluções da civilização humana.
Conforme (Apostila Faveni, 2018) o universo da arte caracteriza um tipo
particular de conhecimento que o homem produz a partir das perguntas
fundamentais “De onde venho?”, “Quem sou?” e “Para onde vou?”.
A
manifestação artística tem em comum com o conhecimento científico, técnico ou
filosófico seu caráter de criação e inovação. Essencialmente, o ato criador, em
qualquer dessas formas de conhecimento, estrutura e organiza o mundo,
respondendo aos desafios que dele emanam, num constante processo de
transformação do homem e da realidade circundante. Tanto a ciência quanto a
arte, respondem a essa necessidade através da construção de objetos de
conhecimento que, juntamente com as relações sociais, políticas, econômicas e
sistemas filosóficos e éticos, formam o conjunto de manifestações simbólicas de
uma determinada cultura. (APOSTILA
FAVENI, 2018).
A realidade artística está repleta de obras
e conceitos. O homem usa a imaginação para criar imagens como representação
simbólica da vida. A inovação produzida na arte é uma resposta aos desafios e
inquietações da realidade contemporânea. A arte teatral de acordo com (Freitas, 2007)
serve para libertar o homem das amarras da ignorância. Adquirir conhecimento
para ganhar liberdade, assim sair da Caverna de Platão. Um dos objetivos do
trabalho do ator/atuante por natureza é estudar a realidade e o meio ambiente,
porque influenciamos e somos influenciado por ele. Conhecendo os fatos e
conflitos que interferem no cotidiano humano podemos atuar para resolve-los. O que torna um homem civilizado é a maneira
como ele lida com os problemas. Conhecer a realidade e como o homem se
manifesta no cotidiano são um dos principais laboratórios da arte do ator. O
método teatral, ou seja, o caminho a ser trilhado utilizando as técnicas nos
levam às experiências práticas e teóricas, ou seja aos processos criativos
artísticos. O ator através do seu
treinamento busca diminuir a tensão corporal e mental, afim de obter sucesso na
encenação. Atento e relaxado percebemos e atuamos melhor na vida e no palco. A
técnica de interpretação do ator precisa ser traduzidas para a linguagem de
cada aluno. O conflito é a matéria prima da arte do ator e do texto. A
dramaturgia teatral bem como a construção do personagem utilizam dos conflitos
social e pessoal. Na realidade, assim como na ficção a pessoa e personagem
enfrentam problemas, seja consigo mesmas, com o outro, com as instituições, ou
existencial. Quando o aluno através da construção do personagem experimenta tal
riqueza automaticamente cria uma releitura de si mesmo e dos acontecimentos
sociais, aprende a lidar melhor com as dificuldades porque percebe que as
outras pessoas são semelhantes. Saber lidar com a diversidade transforma o
cotidiano do aluno em algo melhor. Interpretando um personagem o atuante
reflete sobre outros universos do ser e do estar no mundo. A cena teatral
obriga o estudante a fazer uma releitura das diversas formas do comportamento
humano diante dos sonhos, realidade, ideias, desafios e dificuldades. Vestir o “corpo de outra pessoa” no palco
obriga o aluno/ator experimentar outros sentimentos, e isso contribui para o
equilíbrio emocional. O palco é o espelho do homem e sociedade, através do
outro aprendo e conheço melhor a vida. Quando a educação absorve os fundamentos
das artes passa a ensinar de forma lúdica. O teatro influencia a vida porque a
vida influencia a arte, é uma via de mão dupla. A realidade da educação de hoje exige
professor bem preparado que sabe de fato fazer a ponte do repertorio das artes
para a educação. O professor assim como o artista devem ser expert em traduzir
uma linguagem em outra. Entender como adaptar e canalizar a transferência da
prática e teoria para o aluno é a chave do êxito da aula de artes; a boa
didática e o planejamento da aula fazem a diferença na qualidade no ensino. Experimentar
processos criativos em si mesmo faz o professor conhecer de fato como funciona
e é concretizada a obra de arte. A forma como o conteúdo é ensinado em sala de
aula interferi e muda a percepção do aluno. A didática eficaz possui ética, é
capaz de despertar situações importantes para a vida, coloca o ser em sintonia
com a essência existencial. Aula útil faz o sujeito pensar, interpretar contextos
e obras, perceber outras realidades. A experiência com a arte trabalha os
sentimentos e emoções, ativa o gosto pela apreciação das obras artísticas,
enfim, capacita o estudante para atuar como protagonista na vida como um todo. De
acordo com a (Apostila Faveni, 2018) para Piaget o aprendizado
acontece com o desenvolvimento do corpo humano, maturação dos órgãos biológico,
acompanhado do exercício constante do corpo e dos esquemas, métodos de
desenvolvimento das potencias e formação dos hábitos; e no contato social
quando adquirimos os valores, linguagens e padrões culturais. Devemos entender
como funciona o processo de regulação interna corporal, busca do equilíbrio
diante do desequilíbrio. Piaget faz uma análise de algumas fases da criança e
início da adolescência. O período de 0 aos 10 anos de idade, chamado por ele de
Grafismo Infantil: 0 a 2 anos fase sensório motora; 2 a 7 anos pré-operacional;
7 a 10 anos fase das operações concretas; e dos 10 anos em diante fase das
operações abstratas que ele marca como o fim da arte como atividade espontânea
e início da investigação da própria personalidade. Dentro desse quadro de
amadurecimento biológico Piaget expõe suas observações sobre o desenvolvimento
das potencias diante do aprendizado, e suas pesquisas apontam para
a importância de aplicar a matéria/conteúdo respeitando as fases da criança. De posse e ciente do método e da didática
adaptados para cada período escolar, podemos seguir para outro fator
imprescindível da aula de qualidade, a questão espacial. Sabemos que a síntese
para se ter boas aulas é ter professor preparado, que é sinônimo de aluno bem
instruído. A questão espacial e o cenário onde a matéria vai ser aplicada
também fazem a diferença. O espaço escolar é grande aliado das motivações no
ensino aprendizagem. Quando nos deparamos com uma arquitetura e cenário de
acordos com as necessidades da educação, ficamos animados. A sala de aula deve
ser arejada, limpa, adaptada para receber e acomodar bem certa quantidade de
pessoas, com boa acústica, enfim pronta para possibilitar e atender as necessidades
da educação. De forma geral o padrão físico
da escola precisa ser impecável para servir dignamente a prestação de serviços,
administração, refeitórios, funcionários, enfim, todo o aparato de apoio ao
ensino devem estar em perfeita sincronia e funcionando de acordo com as
exigências da qualidade. Cada período do aprendizado precisa ser atendido de forma
adequada. Na educação infantil por exemplo, o espaço deve possibilitar o desenvolvimento
integral da criança, ela precisa sentir segura e confortável para aprender e
brincar. Desde 1996 com a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(lei 9394/96) a escola deve trabalhar objetivando o progresso da criança até os
6 anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social,
complementando a ação da família e da comunidade. Segundo as referências o
papel da educação infantil é cuidar da criança em espaço formal, contemplando a
alimentação, a limpeza e o lazer (brincar). Também é seu papel educar, sempre
respeitando o caráter lúdico das atividades. As novas referências da LDB, devem
ser trabalhados os seguintes eixos com as crianças: Teatro, Movimento, Música,
Artes Visuais, Dança, Linguagem Oral e Escrita, Natureza, Sociedade e Matemática.
Portanto a estrutura da educação e sua organização fazem parte de um grande
esforço afim de adaptar o ideal a realidade, uma mistura de experiências e conceitos.
As leis buscam dar um caráter legal as práticas e vice versa. Nem sempre uma lei
vira prática, e nem sempre a necessidade cria uma normatização, precisamos
eliminar o excesso burocrático para a educação fluir naturalmente. Existe uma
dialética entre a realidade e o ideal de educação. A metodologia de estudo das
artes adaptado para cada contexto e período do aprendizado devem atender as
exigências normativa da LDB, mas pode ir além, transformando a situação formal
em experiência viva. Os processos criativos artísticos são orgânicos porque
inclui além da lógica, a emoção e sentimentos. De acordo com (Freitas, 2007, p
9) o corpo é o principal instrumento de trabalho do ator que deve treina-lo
para obter resultado eficaz na atuação. A estrutura física do atuante deve ser
flexível, sensível e resistente afim de possibilitar verossimilhança através do
personagem, assim a interpretação cria empatia no espectador, e o objetivo do
artista com a obra é alcançado. É preciso desenvolver o corpo e a mente de
atuação no aluno para ele ser capaz de assimilar com naturalidade os novos
programas sociais, e pessoal. É importante viabilizar este conceito que tem a
sua estrutura nos laboratórios empíricos do ator pesquisador. Trabalhar o aluno
por inteiro, 360º, utilizando para isso dos exercícios artísticos. A experiência com os processos criativos
transformam um corpo rígido, insensível e resistente em algo refinado, sensível,
flexível, pronto para assimilar e atuar naturalmente nos paradigmas da vida. Analisando
o primeiro item de recomendação dos eixos da Lei da LDB, o Movimento, podemos
ter uma noção do que seja adaptar uma metodologia do teatro adulta para a
criança. Movimento, de acordo com a pesquisa Google de significados quer dizer:
ato ou efeito de mover (-se); ou conjunto de ações de um grupo de pessoas
mobilizadas por um mesmo fim. A criança movimenta por natureza, algumas vezes
com ações coordenadas e outras de forma desgovernadas, a maioria são ativas ao
extremo. E o professor de posse desse
conhecimento pode aplicar os exercícios da Expressão Corporal para canalizar a
energia abundante da criança para obter conhecimento e desenvolver as suas
potencias. O exercício corporal artístico bem como a manipulação dos objetos
cênicos pelas crianças possibilitam não só o movimento, mas também o
desenvolvimento do imaginário. Outra situação mencionada na LDM é o Lúdico, de
acordo com o dicionário Aurélio Online, significa divertimento, relativo a
jogo, que serve para dar prazer. Portanto o professor de artes está ciente que
para ensinar deve usar de brincadeiras. São inúmeros os exercícios oriundos do
treinamento do ator que servem para refinar a expressividade e que podem ser
traduzidos pata a linguagem lúdica da educação infantil. Quando pedimos para
uma criança imitar uma pessoa, animal ou um personagem de desenho animado surge
no espaço maravilhas porque a criança é espontânea por natureza. Quando
entregamos para a criança um objeto, seja uma bolsa, boneca, fantoche, bola, ou
um carrinho, observamos as sequencias de ações físicas que surgem no espaço
naturalmente. Para aprender a criança não precisa de muita interferência do
adulto. A pedagogia artística é rica porque trabalha de forma adequada com o
corpo e a mente, respeitando as fases do aprendizado e o tempo biológico.
Segundo
Piaget, a criança é concebida como um ser dinâmico, que a todo o momento
interage com a realidade, operando ativamente com objetos e pessoas. Essa
interação com o ambiente faz com que construa estruturas mentais e adquira
maneiras de fazê-las funcionar. O eixo central, portanto, é a interação
organismo meio e essa interação acontece através de dois processos simultâneos:
a organização interna e a adaptação ao meio. A adaptação, definida por Piaget,
como o próprio desenvolvimento da inteligência, ocorre através da assimilação e
acomodação. Os esquemas de assimilação vão se modificando, configurando os
estágios de desenvolvimento. (APOSTILA
FAVENI, 2018).
A nossa organização interna de acordo com
Piaget é também reflexo do meio. A interação com o meio ambiente produz
sistemas mentais que colaboram com o aprendizado. Portanto o professor que
deseja ensinar de acordo com os estágios do aprendizado deve aproveitar a
bagagem biológica e cultural que o aluno disponibiliza no momento. É bom
observar algumas recomendações da LDB, como: exigir que o profissional da educação infantil desenvolva
habilidades de observação; registrar o progresso da criança; refletir
permanentemente sobre sua prática, aperfeiçoando no sentido de alcançar os
objetivos planejados. A interação da criança com o meio de forma
dinâmica requer atenção, aí está a oportunidade de trocar com ela situações de
aprendizado. Se a criança é rápida no raciocínio e na percepção dos fatos o
professor não pode ser lento na busca de oportunidade para entrar no universo
infantil. Isso não quer dizer ser ansioso para acompanhar a criança, mas estar
atento e relaxado aos mesmo tempo. Aprendemos também observando a criança, com o
seu olhar e atitudes frente aos problemas e desafios. Para Piaget de acordo com
(Apostila Faveni,2018) a razão é uma potencialidade que necessita ser
desenvolvida durante a vida, e com o erro aprendemos, para ele existe uma lógica
no erro, e entender como o erro acontece passou a ser o núcleo da sua pesquisa.
Na observação de Piaget a lógica da criança acontece de forma progressiva e é
diferente da logicado adulta, fazer é compreender, por isso a aprendizagem é
uma construção. Observar, prestar atenção nos acontecimentos e representar
nossas percepções da vida. O trabalho do professor é perceber cada hipótese da
criança e propor desafios. Na criação de personagens por exemplo
tem uma técnica que chama Criação de Tipos, neste caso o professor anda e cria
gestos corporais de forma extra cotidiano, formas artificiais de transformação
do corpo, com objetivo de pesquisar a gestualidade, como movimenta e comporta o
personagem. Podemos explicar, traduzir para a criança como ela deve agir nesta
atividade, começando pelo vocabulário infantil, portanto precisamos entender a
língua simbólica da criança, explicar como vamos brincar de “remedar” as
pessoas, apontamos alguns exemplos, imitamos alguém no próprio corpo, isso é
aula de mímica, representamos corporalmente alguns exemplos, brincamos de
representar tipos diante da criança, geralmente quando fazemos isso elas
adoram, riem, divertem, e logo começam a agitar a mente e o corpo, pronto,
incentivamos o imaginário, aí é só organizar a brincadeira e tudo flui
naturalmente. Outras vezes aplicamos a atividade planejada sem dar exemplo e
deixamos a criança brincar com a intuição. Outro importante pesquisador Lev Semenovitch Vygolsky (1896-1934)
também estudou o desenvolvimento da criança.
Para
Vygotsky existem pelo menos dois níveis de desenvolvimento identificados, um
real, já adquirido ou formado, que determina o que a criança já é capaz de
fazer por si própria, e um potencial, ou seja, a capacidade de aprender com
outra pessoa. Que a aprendizagem interage com o desenvolvimento, produzindo
abertura nas zonas de desenvolvimento proximal (distância entre aquilo que a
criança faz sozinha e o que ela é capaz de fazer com a intervenção de um
adulto). (APOSTILA FAVENI,2018).
Na
corrente interacionista Vygotsky trabalha o pensamento sócio construtivista,
busca refletir e observar como o indivíduo se desenvolve, para ele a pessoa
aprende no ambiente social histórico, o homem ao longo da história, diante da memória
cultural amplia os conhecimentos, portanto o aprendizado não acontece apenas através
da estruturas biológicas, genética, mas também da experiências e processos sociais
na interação com o meio. Os elementos físicos e abstratos, ou simbólicos
proporcionam o desenvolvimento da criança, como exemplo, na aula de artes aprendemos
na interação com os objetos cênicos, quando coreografamos danças folclóricas,
no canto de cantigas regionais, na percepção e leitura das imagens, etc.
Conforme Vygotsky uma parte da atividade a criança faz sozinha, aquilo que ela
é capaz de realizar e a outra o professor ajuda; é como aquele exemplo de
soltar a mão do adulto para aprender equilibrar quando estamos aprendendo os
primeiros passos no andar; ou aquele momento onde o adulto larga a bicicleta
para a criança seguir pedalando sozinha. Para Vygotsky os elementos da
estrutura psicologia conta muito, as atividades celebrais proporcionam expansão
do conhecimento, para ele o funcionamento psicológico histórico se desenvolve a
partir das relações entre indivíduo e o meio, aquilo que age dentro e fora da criança
também contribui. A relação entre criança e o mundo é mediada por símbolos,
como a língua que é construída por simbologia. A fala, a escrita e a leitura
transferem capacidades de desenvolvimento para a criança aprender a se
orientar, e coordenar. O progresso da
criança para Vygotsky é sair da estrutura elementar para a estrutura superior,
a criança age mais por instinto, mas com os processos criativos adquire
refinamento gestual e mental. O aprendizado leva a criança do elementar para
níveis mais elevados do conhecimento, o homem cresce do biológico para o social. Outro exemplo de aprendizado pela experiência
direta com o objeto, a criança queima o dedo na trempe do fogão, aprendizado
direto, não pode colocar a mão no fogo. A outra é a experiência mediada pelo
adulto, ele fala para a criança não colocar a mão no fogo porque queima,
machuca e dói. De
acordo com (apostila Faveni, 2018) a obra de arte situa-se no ponto de encontro
entre o particular e o universal da experiência humana.
As
formas artísticas apresentam uma síntese subjetiva de significações construídas
através de imagens poéticas (visuais, sonoras, corporais, ou de conjuntos de
palavras, como no texto literário ou teatral). Não é um discurso linear sobre
objetos, fatos, questões, ideias e sentimentos. A forma artística é antes uma
combinação de imagens que são objetos, fatos, questões, ideias e sentimentos,
ordenados não pelas leis da lógica objetiva, mas por uma lógica intrínseca ao
domínio do imaginário. (APOSTILA
FAVENI, 2018).
A
obra de arte representa a percepção, o alhar do artista diante do mundo,
envolve entre outras coisas situações concretas, abstratas, logicas,
sentimentos, emoções, subjetividades e objetividades. O artista é como uma antena parabólica que capta
ondas reais e imaginarias da vida como um todo. A criança na fase da educação
infantil tem grande empatia pela arte, adora ver o professor representando de
forma lúdica. Criamos empatia quando olhamos de forma sincera para o aluno,
olho no olho. É preciso se colocar no lugar da criança, favorecer a relação
para cria confiança entre aluno e professor, assim possibilita um ambiente
favorável para desenvolver o aprendizado.
Faz bem quebrar o gelo na relação, isso não é ser criança, mas
representar a criança que tem dentro de nós, assim não tem erro, as aulas de
artes sempre serão uma novidade e o aluno enquanto aprende e se desenvolve
ficará atento, envolvido e satisfeito. O relacionamento saudável entre aluno e
professor aciona o interesse pela aula que por sua vez incentiva o
desenvolvimento das inteligências múltiplas pesquisadas por Howard Gardner, sua
equipe e simpatizantes. De acordo com Ferrari (2008)
o
conceito de inteligências múltiplas, desenvolvido por Gardner, foi destacado
com a mais importante contribuição para o processo pedagógico, depois dos
trabalhos de Jerome Bruner, Jean Piaget e John Dewey. O
aluno experimenta através do processo criativo espontâneo um aprendizado de
fora para dentro e de dentro para fora, constrói seu simbolismo interno por
meio da ação cênica. Gardner (1980) acredita que a potência é um fator
biológico, e que a inteligência está associada a capacidade de resolver
problemas, realizar projetos, e para ele existem várias formas para criar, nós
possuímos múltiplas inteligências, uma se relaciona com a outra, a capacidade
de criar acontece em várias partes do celebro. Gardner tem interesse por arte,
foi pianista e professor de piano, ele estuda onde está localizado no cérebro
algumas faculdades, como o local da fala e do pensamento; no primeiro momento descobre
e estuda sete inteligências, a Linguística, a Lógica Matemática, Espacial, a Cenestésica
Corporal, Interpessoal, Intrapessoal, Musical, e depois de 20 anos identifica mais
uma a Naturalista. As inteligências para (Gardner,1980) não são infinitas mas
são muitas. Ainda existe outra inteligência, a Espiritualista: transcendental e
existencialista. No Brasil pesquisadores vem estudando outra inteligência, a Pictórica:
relativo a imagens, capacidade criativa, concepção de imagens e da criação artística,
ainda está em estudo. Conforme (Gardner, 1980) a criança passa por etapas,
estágios ou períodos de desenvolvimento das suas inteligências múltiplas, o que
deve deixar o professor atento para aproveitar a oportunidade latente para
desencadear os processos cognitivos do ensino aprendizagem. Por exemplo, quando
escolhe o material utilizado para as aulas de teatro, deve selecionar aqueles
que facilitam a expansão do cognitivo da criança. São muitos objetos e depende
dos objetivos do professor escolher os materiais e figurinos, precisa ser prático
nesta seleção, pegar os que estão disponíveis, ao alcance, de fácil acesso e
que já existem na escola, casa do professor, ou do aluno. Reciclar materiais
faz parte do processo artístico, contribui para a consciência de conservação do
meio ambiente. Quanto ao planejamento da aula devemos pensar em todas as
necessidades do aluno, na cultura a qual ele está inserido, no bairro onde
situa a escola, relacionamentos na escola, família e comunidade. Até o dia da
semana é importante na escolha do conteúdo, a segunda-feira é diferente da
sexta-feira, a semana das provas deve ser levado em conta, nesta data é bom
trabalhar exercícios que favoreçam a concentração, como: meditação, dança,
ouvir música, contemplar imagens, ou seja, exercitar a atenção e o relaxamento.
O teatro e as artes no geral possibilitam uma gama enorme de possibilidades de
trabalho com os alunos, que podem ser adaptados de acordo com a situação do
momento o e calendário escolar. É importante o professor conhecer o aluno, a
sua realidade, a cultura, o contexto histórico, social, econômico e político ao
qual está inserido. Existem muitas realidades sociais diferentes vivenciadas
pelos alunos de uma mesma turma. A compreensão da questão da diversidade
cultural conta muito na preparação da aula e no relacionamento com a turma. O
professor é um mediador, é a ponte entre conhecimento e o aluno. Uma escola pública
tem um contexto diferente da escola privada e este fato deve ser levado em
conta. A realidade brasileira nos leva a vivenciar diversas situações na
educação, somos um país multicultural com situações sociais e econômicas
desiguais, nosso capitalismo é injusto. Trabalhar com aquilo que o aluno traz
na sua bagagem de conhecimento, saber mesclar o popular com o erudito de forma
natural aproveitando a realidade de cada aluno faz a diferença. O professor
deve promover e mediar o diálogo na sala de aula, isso facilita o aprendizado
das diversas correntes culturais. A mistura racial brasileira enriquece a aula
e o material cultural é vasto, assim o professor deve tirar vantagem disso. No
teatro o aprendizado é um processo ativo e agregador das diversas linguagens. A
diversidade nas artes cênicas é combustível, fomento das experiências
criativas, o que incrementa a cognição e facilita o aprendizado do meio
ambiente. De acordo com (Marque, 1998) Jerome Bruner foi um dos pioneiros nos estudos da Psicologia Cognitiva nos Estados Unidos.
Bruner inicia seus estudos da sensação e da percepção humanas como parte de um processo ativo e não apenas receptivo.
Um aspecto relevante da
teoria de Bruner é que o aprendizado é um processo ativo, no qual aprendizes
constroem novas ideias, ou conceitos, baseados em seus conhecimentos passados e
atuais. O aprendiz constrói hipóteses e toma decisões, contando, para isto, com
uma estrutura cognitiva. (MARQUES,1998).
As técnicas que compõe
uma metodologia artística bem estruturada são capazes de produzir no corpo e
mente do homem as transformações necessárias para aquisição do conhecimento. A
técnica teatral promove a ação focada na observação dos mecanismos do corpo,
direciona a reflexão para as atividades físicas, orgânica, psicológica, mental,
objetiva e subjetiva. Uma boa técnica possibilita refletir no como se faz e
para que se realiza a experiência artística através das atividades planejadas.
Conforme (Marques, 1998 apud Bruner) a questão da percepção e sensação passam
pelo processo da ação de provocar e receber estímulos, assim para ele a
experiência do aprendizado é ativa. Quando estamos utilizando uma técnica
coletiva interferimos no meio, um colega ao lado do outro aprende com a
interação entre si, agem de acordo com a troca de estímulos. O indivíduo
influencia e é influenciado pelo meio. O teatro trabalha em grupo, existe o
treinamento individual, mas a maior parte das atividades são através da
interação coletiva. Na técnica vocal cênica um colega ajuda o outro na
descoberta da própria voz, ouvindo e ajudando na percepção do som no ambiente.
O ator na construção da voz teatral observa como o som reverbera no espaço,
relação acústica e ambiente. Trabalhando a musculatura e mecanismos da
articulação da voz de forma adequada facilitamos a comunicação, assim evita-se
mal entendido na mensagem e calos nas cordas vocais. Existem trabalho solo e coletivo
bem estruturado no teatro que pode ser adaptado para o aluno.
Embora, à
semelhança de Jean Piaget, coloque a maturação e a interação do sujeito com o
ambiente no centro do processo de desenvolvimento e de formação da pessoa,
Bruner acentua o carácter contextual dos factos psicológicos. A abertura à
influência do contexto e do social no processo de desenvolvimento e de formação
torna a teoria de Jerome Bruner mais abrangente do que a teoria de Jean Piaget e
fazem com que aquele consiga incorporar a transmissão social, o processo de
identificação e a imitação no processo de desenvolvimento e formação.
(MARQUES,1998).
A
experiência do convívio com a criança na escola, meio familiar, rua, ou seja,
nas áreas de interação social como um todo contribuem para o planejamento da
aula. Nota-se que a maturação, a interação e o contexto dos fatos psicológicos
são fatores reais que influenciam o ensino aprendizado. Quando a criança brinca
de imitar uma pessoa usa do processo de identificação com o personagem. No
teatro o espectador assiste uma peça, a apresentação pode ou não ficar
interessante, depende da identificação do espectador com a personagem, este
detalhe conta muito na questão do gosto pela obra. Aquilo que o personagem
vivencia é como se fosse o espectador na pele dele. (Brechet, 1978, p.75) no estudo sobre os elementos da dramaturgia
escreve a necessidade de criar certo distanciamento entre ator e personagem
afim de deixar a estrutura do conteúdo da peça mais compreensível para o
espectador; na sua visão, a identificação total com o personagem atrapalha o
bom entendimento dos objetivos da cena, envolve o conflito de emoções
desnecessárias impedindo a plena compreensão racional do texto pelo espectador.
Essa noção de empatia deve ser trabalhada no contexto escolar, muitas vezes as
crianças entram tanto no jogo cênico a ponto de transformar a brincadeira em
realidade e pode se envolver em acidente grave. A criança precisa saber que a
cena é brincadeira, verossimilhança, portanto não é real, mesmo porque na arte
tudo é artificial, a obra é simbólica. Existe exemplo de criança que se fere em
cena porque confunde ficção com realidade, então aquilo que era para ser uma
brincadeira vira caso sério. Todo material e objetos cênicos para criança deve
ser inspecionado pelo professor, por exemplo, nada de objetos de vidros ou
cortantes incluídos no cenário. Mais uma vez podemos perceber a técnica teatral
de construção do personagem sendo útil para a educação infantil. No entanto
devemos saber que a criança tem certa capacidade de se autorregular nas
atividades. Conforme (Marques, 1998) O carácter desenvolvimentista da teoria de
Bruner mantém-se graças à tónica que ele coloca no papel da equilibração, ou
seja, a capacidade que cada pessoa tem de se autorregular. Conforme
(Marques,1998). O desenvolvimento cognitivo da criança depende da utilização de
técnicas de elaboração da informação, com o fim de codificar a experiência,
tendo em conta os vários sistemas de representação ao seu dispor. A importância da educação artística nos
processos cognitivos do aprendizado é notória, podemos ver este fato claramente
nos estudos de todos os pesquisadores aqui estudados. Assim o professor pode
utilizar grande parte desse conhecimento teórico para aprimorar sua metodologia
pedagógica. De acordo com (Marques, 1998) Bruner, à semelhança de Piaget,
tipifica o desenvolvimento cognitivo numa série de etapas, como: até aos 3
anos, a criança passa pelo estágio das respostas motoras, dos 3 aos 9 anos, faz
uso da representação icónica, e a partir dos 10 anos, acede a fase da
representação simbólica. O aspecto do desenvolvimento cognitivo mais uma vez é
desmembrado dentro dos estágios de vida da criança, onde a idade é fator
preponderante para o aprendizado. Na
educação existem parâmetros relativos ao desenvolvimento cognitivo que são
universais, quando são observados e refletidos adequadamente contribuem
significativamente para o ensino aprendizagem de qualidade.
Conclusão
A realidade social
brasileira fornece rico material de pesquisa para professor e aluno. Culturalmente
somos privilegiados, daí nossa arte ser reconhecida e estudada pela maioria dos
países. Temos um rico material didático disponível e interessante, pronto para
ser trabalhado, e o professor deve tirar proveito desta realidade instigante e
desafiadora. O ensino aprendizado é um fenômeno dinâmico que
exige constante aperfeiçoamento do professor e pesquisador. Este início de
século XXI mostra a velocidade do avanço das novas tecnologias, como o homem
com ajuda das maquinas vem processando e aperfeiçoando todo o sistema da
informação. Cada vez mais construímos supercomputadores com objetivo de dar
conta da quantidade absurda de informações, imagens, invenções, inovações, ou
seja, conhecimentos processados diariamente. As novas tecnologias facilitam a
vida, tornaram o mundo interessante e até perigoso, daí a necessidade de educar
bem o aluno para ele acompanhar este dinamismo social, político e econômico. É
vital diminuir a burocracia para facilitar o aprendizado. Devemos investir no
aperfeiçoamento do professor para colhermos frutos no social, político e
econômico. O que vemos hoje é uma inversão de valores onde o dinheiro e o
produto são mais valorizados que o investimento no ser humano. Os avanços
tecnológicos servem apenas para um número restrito de pessoas, como exemplo podemos
citar o Caixa Eletrônico, criado a priori para facilitar a vida do cliente não
pode ser utilizado pela maioria da população, por falta de conhecimento, são os
analfabetos digitais. A sociedade precisa reeducar, atualizar milhões de
indivíduo para que possam acessar as novas tecnologias, caso contrário vamos
continuar excluindo milhões de indivíduos dos benefícios proporcionados pelas
inovações. Hoje o serviço bancário pode ser realizado através de um simples
aplicativo acoplado ao smartfone, quase não precisamos mais frequentar a agência
bancaria, uma vez ou outra ocorre uma situação eventual que nos obriga a ir ao
banco. Conforme (Toffler, 1980) os analfabetos do século XXI não serão aqueles
que não sabem ler e escrever, mas aqueles que não sabem aprender, desaprender e
reaprender. É vital investir na pessoa humana, na educação, ou, as novas
tecnologias serão mais uma forma de exclusão social.
Portanto podemos constatar de acordo com nossas pesquisas que a pedagogia da
transmissão artística é um fenômeno individual e coletivo, útil a educação e em
processo de construção. Vivemos uma
realidade humana com pessoas ansiosas e consumistas, inseridas no universo das
novas configurações tecnológicas e culturais. De acordo com os fatos analisados
aqui podemos concluir que a arte-educação pode contribuir de forma decisiva
para melhorar o ensino aprendizado, possibilitando ao aluno viver de forma
digna e harmoniosa consigo mesmo, com as outras pessoas e o meio ambiente.
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http://epoca.globo.com/ideias/noticia/2016/05/importancia-do-ensino-das-artes-na-escola.html BEATRIZ MORRONE (TEXTO) E FLÁVIA YURI OSHIMA
(EDIÇÃO) 16/05/2016
- 08h00 - Atualizado 16/05/2016 15h38
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