Qual é o momento certo pra deixar a cena?!
É preciso saber a hora de sair de cena. Quem muito fica sobre holofotes é queimado pela luz, pelo excesso de exposição. Como explicar isso para alguém que ficou apegado a confetes e serpentinas?! Carência? Medo da solidão? Obsessão pela fama e dinheiro? Baixa estima? Complicado. Nietzsche fala de entrar e sair da caverna. Antunes filho diz: Ser e Não Ser, eis a solução. Grotowski diz que o atuante precisa sair da tempestade midiática. A bíblia católica insiste para o homem ser generoso, saber da hora de deixar o palco para que outro apareça. Morte e vida, luz e sombra. Qual o grande sinal para o homem viciado, deixar a cena?! Autoconhecimento. Machado de Assis diz em uma de suas belas meditações sobre o homem que perde a guerra para vencer na vida. São tantos sinais que apontam para o desapego. Bom, de todo jeito, todos nós temos o dia de sair definitivamente da cena, seja do palco artificial da arte, ou do cotidiano. Haaa! Como é bom sair da cena por conta própria, ser dono, mesmo por um instante do próprio destino. Vivenciar aquele sujeito desconhecido que quase ninguém nota no dia a dia. Com certeza não vale a pena seduzir a vida inteira. Imagina não poder escancarar a cortina pela manhã, tarde e noite porque tem alguém bisbilhotando a sua vida?! Imagina mesmo, andar pelas ruas e saber que algum paparazzo o espreita, ou mesmo algum fã esta querendo ver como você anda?! Benção para muitos e um inferno para outros. Cada um é cada um e sabe do que precisa para si; ou não. No entanto, o excesso de exposição à mídia deixa qualquer um neurótico, com mania de perseguição, e muitos acabam por sucumbir; aja drogas e psicólogos. O que se deixa levar pela mídia é sugado, até mesmo costuma provocar o tal do suicídio inconsciente. De quantas coisas o ídolo é privados no cotidiano?! O sucesso cobra um preço proporcional a fama.
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