DROGAS - A Descriminalização
Nunca
se discutiu tanto o uso de drogas no mundo como agora, e tudo leva a crer que o
tema não pode ser tratado de forma geral, é preciso detalhar caso a caso.
Sabemos que droga inclui álcool, tabaco, remédio controlado, e as substancias
consideradas ilícitas. No caso esta em debate as drogas consideradas ilícitas.
Como formular uma lei que descriminaliza tais drogas sem provocar aumento no
consumo?! Porque a lei vem para trazer justiça, e não promover o uso. Sim, a lei é um grande avanço, o mundo todo já
vem atuando no sentido de regular esta situação que envolve milhões de usuários
no mundo. O caso é de saúde pública e não de polícia. Segundo a estatística no
Site Planeta Drogas, as substancias ilícitas mais consumidas no mundo são:
Anfetamínicos 34 milhões usuários; Maconha 160 milhões; Opióides 15 milhões; e Cocaína
14 milhões. O uso de drogas como a maconha, por exemplo, é uma questão cultural,
várias tribos indígenas usam, tem notícia que na China um Imperador há 5000 atrás
já fazia uso de Cannabis; alguns marinheiros no século XVI confeccionavam
cordas com a fibra desta planta. Dizem que a Cannabis/Marijuana/Maconha foi proibida
por causa da concorrência dos seus derivados com os produtos do petróleo no
EUA. No Brasil só em 1920 teve uma lei mais rigorosa contra o seu uso; em 1960
o movimento hippie popularizou a Marijuana. Bom, cada caso, um caso. O
importante é que se chegou a conclusão por fatos reais, que proibir
indiscriminadamente as drogas não melhorou a situação de crescimento do uso,
pelo contrario, apenas aumentou a violência no meio social. Isso mostra
claramente que não adianta radicalizar no combate as drogas. A proibição da
droga ilícita é usada também por ditadores e autoridades violentas como meio de controle social, inibir
manifestações democráticas, reprimir cidadão e lutas por direitos. Creio que a
descriminalização seja um grande passo para resolver uma violência cometida
contra o usuário.
“Estima-se que
cerca de 230 milhões de pessoas, ou 5 por cento da população mundial adulta,
fizeram uso de drogas pelo menos uma vez em 2010. O número de usuários problemáticos
alcança em torno de 27 milhões de pessoas, o equivalente a 0,6 por cento da
população adulta. Em todo o mundo, o uso de drogas ilícitas parece ter se mantido
estável, apesar de estar aumentando em vários países em desenvolvimento. A heroína,
a cocaína e outras drogas matam 0,2 milhões de pessoas cada ano, devastando
famílias e levando à miséria milhares de outras pessoas”. UNODC
“... Por exemplo, Portugal viu uma redução no uso de drogas
por adolescentes após a descriminalização da posse de drogas em pequenas
quantidades: o uso de heroína na população entre 16 e 18 anos foi reduzido de
2.5% a 1.8%. Ao contrário do que muitos esperavam, quando a posse de pequenas
quantidades de droga foi descriminalizada no México e no Brasil, o uso de
drogas propriamente dito não aumentou. Ao contrário, estas políticas contribuem
para reduzir o estigma e para estimular o acesso a serviços de saúde, inclusive
testagem e tratamento para o HIV”. Estadão/FHC
“Veja o que representa a matemática das drogas hoje: * O comércio ilegal de drogas envolve no mundo todo US$ 400 bilhões por ano, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas) * O abuso de drogas custa aos EUA mais de US$ 80 bilhões anuais * Os números policiais indicam que o consumo anual de cocaína no mundo chega a 6 bilhões de papelotes, o que renderia ao narcotráfico cerca de US$ 120 bilhões * Nos últimos dez anos, cerca de 50 milhões de gramas de cocaína foram apreendidos pela Polícia Federal, o que significa por volta de R$ 2 bilhões (o número pode ser até três vezes maior, já que esse cálculo não inclui as apreensões das polícias estaduais e Forças Armadas) * Com base nas operações contra o plantio de maconha no Nordeste, a Polícia Federal acredita que a venda da droga - da produtor ao consumidor - possa render um lucro mensal de R$ 50 milhões para o traficante, livre de todas as despesas * Segundo o SOS Criança, em 1999, 62% dos menores de rua em São Paulo admitiram o uso de inalantes e 19% de crack * Dos processos criminais em andamento no Rio de Janeiro em 1999, 26,6% eram ligados ao tráfico e ao uso de entorpecentes * Os crimes relativos a entorpecentes representam 35% dos processos que correm na 2ª Vara da Infância e Juventude de São PauloFontes: Agência Estado Livro "Narcotráfico", do jornalista Mário Magalhães, publicado na coleção Folha Explica” (Publifolha)
ESTATÍSTICAS INTERNACIONAIS
“Entre aqueles que usaram drogas ilícitas pela
primeira vez em 2007, a marijuana e os analgésicos prescritos eram os mais
populares — cada um usado por quase o mesmo número de americanos na idade dos
12 anos em diante. Aumentou em 12% o uso de analgésicos sem orientação médica. Um
em 10 estudantes da Escola Secundária nos EUA admite ter abusado de analgésicos
prescritos. O uso inadequado de analgésicos representa 3/4 do problema total do
abuso de drogas prescritas. Nos EUA o analgésico hidrocodeina é o produto
farmacêutico mais controlado que é comummente usado diversa e abusivamente. A
Metadona, uma vez foi usada nos centros de tratamento de vícios e agora é usado
pelos médicos como um analgésico, foi apontada como causa de 785 mortes num
único estado, Florida, em 2007. O abuso de medicamentos prescritos também está
a escalar entre os americanos com mais idade, especialmente envolvendo
ansiolíticos, tais como Xanax e analgésicos como o OxyContin. No Reino Unido,
dezenas de milhares de pessoas são consideradas dependentes de analgésicos como
Solpadeína e Neurofen Plus. Os médicos e terapeutas de reabilitação relatam que
o abuso de analgésicos prescritos é um dos tratamentos de vícios mais difíceis”.
Fundação para um mundo livre das drogas
“Se a política (de proibição)
fracassou, ela deve ser mudada. Não estamos dizendo que as drogas não fazem
mal, claro que fazem mal – assim como o cigarro e o álcool. Estamos dizendo que
se o usuário de drogas é um dependente, deve ir ao hospital e não à prisão”,
declarou. O ex-presidente também defendeu um mercado regulado para a maconha,
citando os exemplos do cigarro e do álcool. “Os cigarros não são somente
regulados, como também são objetos de uma campanha muito forte de
desglamourização. O acesso à maconha se dá pelo mercado negro e o usuário é
obrigado a encontrar o bandido. O bandido, por sua vez, o induz a drogas mais
fortes. Então, por que não fazer o mesmo com a maconha? Se cada família, cada
empregador, cada veículo de imprensa se abrisse para o debate, as pessoas
poderiam ampliar o seu conhecimento e ter uma posição mais independente.”
BBC/FHC
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