Peça Teatral

TREM DA VIDA
Sexo, drogas e meio ambiente
Peça teatral de Maurílio Tadeu

Cantores e dançarinos: É preciso saber amar, amar o nosso lar, ame agora-já a terra e toda vida, a terra é nosso lar, venha, venha, venha cuidar da nossa casa, juntos recuperar a saúde de nosso lar. É preciso aprender a amar, cuidar do nosso lar, vamos juntos limpar o ar, os rios, lagos, mar e nascentes. Não há tempo a perder, vamos de mãos juntas semear, plantar arvores e educação com carinho e colher a vida. É preciso saber amar, amar o nosso lar, ame agora-já a terra e toda vida. O verde é nosso ouro, ouro verde é alegria, paz e saúde. É preciso saber amar, amar o nosso lar. Semear cuidados para colher qualidade de vida, plantar, plantar, plantar educação no nosso coração, não jogue lixo no chão, nem esgoto nos rios e ruas. Seja, seja consciente ajude a preservar o meio ambiente, veja que mundo lindo podemos ter se você ajudar a cuidar de coração da nossa mãe terra. Nossa mãe esta doente e precisa de cuidados pra não morrer, é ela que nos alimenta, amamenta, nutre, é dela que vem toda vida existente. É preciso saber amar, amar a nossa terra, venha plantar arvores pra colher vida, junte-se a nós e venha reconstruir nosso meio ambiente, venha, venha doar cuidados com nossa mãe terra, retribua todo amor e vida que ela nos dá. É preciso saber amar...

(Ações físicas, cada personagem vive no seu universo pessoal)

Narrador: (Para a platéia) Oláaaaaa vocêsssss! Muito, muito bom diaaaaa, tardeeee e noiteeeee!!! Pois é, quantos anos de falta de cuidados com nossa mãe terra, que triste ver um filho ingrato e descuidado. Estamos egoístas, só pensamos em desmatar, consumir, ter, ter, cortar, poluir, sujar tudo e não limpar. Ainda há tempo de cuidar da nossa mãe querida, sujamos e abandonamos quem alimenta nosso corpo. Esse descuido sai caro, muitas doenças, sofrimentos e mortes; uma mãe doente não pode cuidar direito dos filhos amados. A hora é agora irmãozinhos, chegou o momento dos filhos cuidarem da mamãe de todos. Preste bem a atenção nos fatos presentes e veja a urgência de uma atitude virtuosa. Chegou a hora do filho cuidar da mãe, ela esta doente, nossa ganância a esta matando, nossa vida esta por um fio, mas ainda há tempo, e o momento é já, é agora-já, ou nunca mais.

Meire: (Enquanto espera uma amiga, abre uma bala e joga o papel no chão) Aí! Mas esta Bruna é uma anta mesmo, também não sei por que tô assim, ela nunca chega no horário.

Coro: Ei mocinha!

Meire: Hã! ( procura) Tem alguém me chamando ( olha em volta e não vê nada) Detesto fim de período, provas, trabalhos, aulas, professora, mãe, pai, amigas, todos pegando no pé, dá nisso, tô ficando doida, só faltava escutar vozes agora. Haaaa Bruna eu te enforco, tá todo mundo me estressando (tossi) minha garganta já ta toda irritada.

Coro: Presta a atenção menina!

Meire: Nossa senhora! Que foi isso?! (Faz nome do pai) Jesus! Salve rainha! Creio em deus pai!!! (pega celular e tenta ligar pra Bruna) Haaa sua éguinha você me paga quando chegar aqui! (desliga) Aíiii que raiva!!! Ela sempre faz isso.

Coro: Pega logo esse papel no chão meninaaaaaaaa!

Meira: Que foi?! (resolve conversar com o invisível) Tá falando comigo?!

Coro: Não sua descuidada, falo pro ar hôooooooo!

Meira: O que você quer de mim hemmm?!

Coro: Já não te ensinaram muiiiito bem que não se deve jogar lixo no chão? Hem, hem, hem garotinha desatenta hem hem hem hummmmm!

Meira: Sim, acho terrível esse gesto, hora veja, jogar lixo em lugar inadequado é um horror.

Coro: Ela não vê o que faz, hôooooo pobre menina, mais uma coitada!

Meira: Uuuuuquêeeee! Olha aqui sua coisa invisível, presta a atenção como se dirige a minha estimável pessoa viu, olha bem com quem fala, respeito é bom e eu gosto.

Coro: Ora ora veja só, pra ser respeitado e preciso se dar o respeito. Presta a atenção no que você acabou de fazer há pouco.

Meire: Euuuu!! Fiz o quê?

Coro: Esta bala na sua boca? Hem! hem! hem!

Meire: Claro né, esta aqui na minha boca hôoooooo, presta atenção!

Coro: Onde esta o lindo papelzinho que a embalava? Onde, onde esta?

Meira: Ora ora e eu sei lá! Eu gosto é da bala e não do papel, né hôooo, vê se encherga!

Coro: Olha ali, vamos olha!

Meire: (despista) Que mesmo?!

Coro: Faça de tola não menina, sabe muito bem do que falo.

Meire: Haaaa sim, sempre faço isso, eu deixo ali e na hora que vou embora, eu junto tudo e ponho no lixo, sabe como é né, cada um tem um jeito de lidar com o seu lixo, não é mesmo?!

Coro: Presta atenção garota, pensa que pode enganar qualquer hum, vai lá anda, pega aquele papel e põe no lixo agora.

Meira: Ta bem ta bem já vou (pega o papel no chão) e agora, por favor, onde tem uma lata de lixo? Não falei! Como você quer que eu jogue o lixo fora?! A Prefeitura não põe lixeira pra população.

Coro: Hummm é muito simples culpar os outros pelo nosso descuido né mocinha.

Meire: Bem...hummm..

Coro: Quando não tiver um local apropriado para depositar o lixo, cabe a você providenciar, por exemplo, um papel deste tamanho hummm, cabe onde?

Meire: (disfarça) Bom isso pode melar o meu bolso, e quem vai lavar depois?!

Coro: E por acaso esse papel ta sujo menina!

Meire: (confere) Não.

Coro: As vezes é bom assumir nossos atos sabia, e você já esta bem grandinha pra saber disso, não é mesmo Meirinha?!

Meire: Bruna Bruna sua irresponsável, como você me chega a esta hora?!

Bruna: Ei querida ( bejinhos) o transito estava de matar, se eu tivesse vindo a pé tinha chegado a muito tempo (tossi) aí, tô numa tossi, não adianta tomar mais remédio não.

Meire: Despista não, você sempre arruma uma desculpa pra justificar a sua falta de compromissos.

Bruna: Olha quem fala.

Meire: Tá bem, o transito é uma boa desculpa, todo dia ta engarrafado mesmo.

Coro: Poluição, poluição, ar sujo, contaminado, tem muita gente que anda de carro sem precisar, vaidades, vaidades que custa caro, e a saúde (todos tossem).

Meire: Você ouviu Bruna!

Bruna: (Toma remédio) Que?

Meire: Você não escutou uma voz?

Bruna: Eu que tô com dor de cabeça e você que ouve vozes.

Coro: Dor de cabeça, garganta irritada, pulmão sujo, sangue contaminado, etc,etc, etc.

Meire: Viu, viu Bruna?!

Bruna: Ai ai ai Meire! No tô bem hoje pra dar ouvidos as suas loucuras.

Meire: Louca é quem não escuta essas vozes, acabei de jogar uma bala no chão, bem, deixei um papel ali pra jogar no lixo depois, aí a voz me disse que isso era errado.

Bruna: E quem não sabe disso?!

Meire: Você acabou de jogar a embalagem do seu remédio bem ali hô!

Coro: Muuuuito bem Meire!

Bruna: Olha só quem fala! Você é a maior sujeira que tem por aí, tô cansada de ver você jogando papel de picolé no chão, pra não falar das melecas que já vi você jogar no chão do seu quarto pra sua mãe pegar e jogar no lixo.

Meire: Que?! Fala baixo menina, se a voz escuta tô frita.

Bruna: (todos tossem) Vou mudar dessa cidade (acende um cigarro) Olha só o ar, não dá nem pra respirar, olha o barulho (meire escuta musica do celular e dança) você anda na rua e vê lixo e propaganda pregado pra todo lugar.

Coro: Poluição visual, poluição sonora, poluição do ar, poluição da água, poluição, poluiçãooooooo!

Miere: Nossa senhora!!! Até na musica a voz aparece, a não, você ouviu Bruna?

Bruna: Tô boba!

Meire: Viu, viu!

Bruna: Olha quem vem ali!

Meire: Hummm!

Pedro: Fala aí Bruninha e Meire! (Bejinhos)

Meire: Que ta fazendo por aqui moço?

Pedro: Tô a fim de um fininho!

Meire: Veio ao lugar certo, a outra ali não larga de fumar.

Pedro: Eitaaaaa coisa boa, aí Brunão faz a minha aí que tô na secura!

Bruna: Demôrô Pedrão huruuuuu ( fuma) tó! (Se cumprimentam)

Coro: Para aí, stop, todo mundo congeladooooo! Que coisa feiaaaaa (Bruna, Pedro e Meire congelados) Onde já se viu uma coisa dessas, um rapaz e uma moça que mau saíram das barras da saia dos pais e já estão se suicidando, nãoooooo! Não podemos admitir isso (pega o cigarro da boca de Bruna) Isso destrói os pulmões, mata milhões de neurônios, arrebenta com a resistência e deixa seqüelas irreparáveis no organismo humano, ainda mais de dois jovens lindos como vocês e que mau começaram a vida. Sinto muito, mas se eu deixasse vocês fazerem isso com a vida de vocês eu estaria concordando com um crime terrível. Tudo bem se vocês fossem homens e mulheres maduros, aí já teriam livre arbítrio pra fazer de suas vidas o que bem entenderem, mas dois seres assim tão jovens, é inadmissível, não, não e nãoooo!!!
Narrador: Vou aproveitar esse momento pra ter uma conversa mais detalhada do assunto, agora vamos deixar os personagens de lado pra conversarmos de forma mais pessoal (brincam com a situação) pronto.

Ator que faz Pedro (sem o personagem): É isso aí galera, essas pessoas são muitos jovens pra estragar a saúde e a vida assim tão cedo, puxa, tem tanta coisa legal pra se fazer, além de se matar com drogas, por exemplo: Caminhar, cultivar amizades, ler, filmes, arte, cultura, estudar, fazer sexo consciente.

Atriz que faz Bruna: Ops sexo! Hummmmmm, boa idéiaaa!

Atriz que faz Meire: É, mas com camisinha néeeee! Apesar de ser virgem, ando sempre com a minha (mostra) nunca se saaaabe!

Ator: Aí eu tô disponível agora hummm, que acha?!

Atriz que faz Bruna: Olha, pra mim fazer sexo com alguém, tem que ser com uma pessoa que amo muito.

Atriz que faz Meire: De preferência! Então presta a atenção como se deve usar a camisinha (Abre uma e faz demonstração)

Atriz B: Além da comizinha, existem várias outras formas de anticonceptivos: O dil ...., comprimidos....., a pílula do dia seguinte...., e a famosa tabelinha, mas....


Coro: Muito bemmmmmmm! Mas antes de sair por aí fazendo sexo é preciso saber muito bem das causas e conseqüências de um ato dessa natureza, alem dos meros prazeres sexuais, por sinal o sexo faz bem, mas quando feito com consciência. Quem não se prevenir pode pegar doenças venéreas como: Corrimentos, Cífilis, HIV, Cristo de Galo, etc. Ainda pode pegar uma gravidez indesejável néee!!! Aí quem vai cuidar?! Sabemos muito bem que toda gravidez deve ser programada, caso contrários serão vários constrangimentos, como: Ter que trabalhar para sustentar o filho, aí fica prejudicado na escola, muitas vezes a pessoa não tem recursos, aí quem fica responsável pelo sustento da criança?! Um filho é coisa muito seria, é por isso que o mundo esta desse jeito, violências, poluição, fome, miséria, falta de segurança, corrupção, tragédias diárias, etc etc etc; tudo por falta de planejamento familiar, porque se as pessoas fossem melhor educadas, seja através da família, escola e religião, as coisas não estariam nesse pé que estão. Então chegou a hora de dar um basta nessa vida desvairada e criar juízo, basta prestar atenção no que esta escrito na nossa bandeira nacional: Ordem e Progresso! E planejamento de uma vida significa por ordem no caos, não se deixar ser levado pela moda da irresponsabilidade. Sim é preciso ter prazer na vida, claro, mas com moderação e principalmente juízo. (todos batem palmas, dança canto e alegria)

Canto: É preciso saber viver, viver com a alegria de quem ama a vida, vida vida vida da geração saúde, saúde física, mental e espiritual, vem vamos juntos construir esse mundo legal, é preciso saber fazer amor, é preciso saber se prevenir, posso tudoooo posso tudooo com amor, sempre o amor que me levaaaaaaa...

Narrador: Que coisa lindaaaa! Pois é gente nada como viver o prazer da vida consciente, não é mesmo?! Mas o que agente vê por aí não esta bem assim não, as pessoas falam e ouvem uma coisa e fazem outra, isso é complicado, é preciso prestar atenção e ser coerente com as coisas. Vejam só!


Meire: (Os três descongelam o personagem)Viu, viu! Eu falei que aqui neste lugar tinha alguma coisa estranha.

Bruna: Cadê, cadê! Eu também ouvi um monte de coisas. Onde ta o meu cigarro?! Pedro cadê o meu cigarro?

Pedro: Sei lá! O que tinha nesse fumo? Parece que fiquei doidão, escutei um monte de coisas.

Meire: Olha vamos embora daqui, tem alguma coisa estranha acontecendo nesse lugar.

Pedro: Que nada Meire, vem cá, vamos dar uma transadinha?!

Bruna: Aí Pedro você é podre mesmo!

Meire: Ela ta com ciúmes.

Bruna: Ciúmes do Pedro kkkkkkkk ele não faz o meu tipo garota, e por falar nisso (Pega o celular) Amorrrrr sou eu kkkkk aí que você acha de pegar um motelzinho hoje? kkkk.


Carlos: (No telefone) Oiiii amor, já ta ligadona logo cedo hemmmm, aqui na república não tem ninguém agora hehehehehehe vem pra cá pra gente trepar até a carcaça desintegrar hehehehehe tô locãoooo morrrr.

Bruna: Kkkkkkk eu também mor, tô de mais, olha pô, eu te amo cara, tenho sô que terminar umas paradas aqui do colégio e já tô aterrizando aí kkkkkk bjão lindoooo!

Meire: Garota você ainda vai se dar mau com esse cara, ele é um pilantra de montão.

Bruna: Que nada amiga.

Meire: Você só fica com ele porque ele te fornece essa droga aí.

Bruna: É juntar o útil ao agradável, nenão Petrovski!

Pedro: Sóooooooo! Tudo ta muito lindoooooooo...

Meira: Olha, eu não vou ficar aqui pra estudar com vocês doídos assim, vamos marcar pra mais tarde, até essa onda maluca passar.

Bruna: Vem cá amiga fuma unzinho, onda maneira.

Pedro: Sóoooooooo!
Meire: Só mesmo! É o que vai acontecer com vocês dois, vão ficar sos, mesmo. Porque eu tenho mais o que fazer do que ficar assistindo viagens de irresponsáveis, síndrome de Peter Pan. Eu vou fazer o trabalho sozinha, e vocês que tratem de se virar; e por favor, parem de fumar, credoooo!

Pedro: Síndrome de quê?! Heheheheh!

Meire: Síndrome de Peter Pan, é o homem que não quer crescer, entenderam?! Terra do nuncaaaa, sacaram?! Não. Tchau!

Pedro e Bruna: Olha só nois que fuma e ela que fica doidona kkkkkkkk!

Coro: Quem fuma adoece com mais freqüência, o organismo fica debilitado, os dentes ficam escuros e com o tempo cai, a gengiva fica debilitada e sangra, o fumo é um verdadeiro vampiro, suga toda energia vital do sujeito, o aluno fica prejudicado nos estudos, além de ter o rendimento e aprendizagem prejudicados.

Dona Lurdes: Alôoo, tudo bem Dona Cotinha! Como vai? O quê?! Por que esta chorando? Calma minha amiga, não estou entendendo, fala mais devagar, quem?! Esta grávida?! Mais a Luciana só tem 13 anos meu Deus!!! Minha Nossa! Aí que tristeza Dona Cotinha! Esta menina acabou com a vida dela; foi o namorado? Minha Santa! Duas crianças, esta bem, espera aí que já estou indo. Esta bem, tchau! Calma viu, toma um copo d’água que já estou chegando. (desliga, pensa alto) Que que isso minha Nossa Senhora! Uma criança de apenas 13 anos, o que vai ser da vida desta menina?! O que esta acontecendo com este mundo?

Carlos: Tudo bem Dona Lurdes?

Dona Lurdes: Tô nada Carlos, cê não sabe o quê esta acontecendo, a Luciana ta grávida, e agora o que há de ser?!

Carlos: Nossa meu! A senhora ta falando dá Lú, neta da Dona Cotinha?

Dona Lurdes: Claro né Carlos, quem mais chama Luciana aqui na rua?! Éeee menino, para de cheirar essa maconha viu, é isso que dá, vocês cheiram maconha e depois só fazem merda, aí deixam os pepinos pra quem tem responsabilidade.

Carlos: Euuuuu! Fumo não Dona Lurdes, já sai dessa faz um tempão, desde que fui em cana, tô limpo.

Dona Lurdes: Limpo ta é a minha mão de tanto lavar panela e cozinhar pra aqueles bando de ingratos dos meus filhos, agente faz, faz e depois toma pra cara. E você Carlos se cuida viu, aquela República onde você mora é um entra e sai de gente danada; é menina, menino, ocê não se cuida não que vai preso de novo. E vê se usa camisinha viu marmanjão!

Carlos: Pega leve Dona Lurdes, tô limpo, só penso em estudar, o ano que vem se eu não passar vou ser jubilado, aí meu pai me arranca o bililiu fora.

Dona Lurdes: É isso mesmo que os pais têm que fazer com gente irresponsável, arrancar o dico cujo, aí quero ver. Aí minha nossa! A menina só tem 13 anos, não dá pra acreditar, vai ser uma criança cuidando de outra, e aquela família já é tão sofrida, são pobres, mais uma boca, e hoje em dia ninguém pode culpar a falta de informação, todo lugar fala de sexo abertamente hoje em dia, porque não aprendem a por em pratica o aprendizado?!

Carlos: É isso aí, tem menina de 10 anos hoje Dona Lurdes que sabe mais que a gente sobre sexo, essa garotada ficam na internet, Orkut, sites de relacionamentos só nas conversas dos namoricos, elas só pensam naquilo.

Dona Lurdes: E você não né Carlos! Há menino, se eu não fosse amigo da sua família já tinha te dado um jeito ha muito tempo, mas já pedi pro dono do imóvel da República pra por tomo mundo dali pra fora, bando de pervertidos.

Carlos: Que isso Dona Lurdes! A galera ali já ta noutra, o tempo passa e as idéias vão mudando.

Dona Lurdes: Que cara de pau você tem em menino. Agora me fala aqui, onde ta o Dentinho? Aquele desgramado vai ter que assumir a criança, isso vai, ele já fez 18 anos, vai ter que trabalhar pra ajudar nas despesas.

Carlos: Alá ele, falando no diabo a coisa aparece.

Dona Lurdes: Vem cá Dentinho!

Dentinho: Fala aí Dona Lurdes!

Dona Lurdes: Que cara mais limpa em seu malandro!

Dentinho: Que ta pegando?

Carlos: Tá sabendo não?

Dentinho: De quê?

Dona Lurdes: Vai ver o filho é de outro!

Dentinho: Filho?!

Carlos: A Lú ta grávida!

Dentinho: Nossaaaaaa! Tô ferrado, aíaiaiaiai, quem disse isso?

Dona Lurdes: Outro cara de Pau! Oh menino agora você trata de arrumar um trabalho pra poder assumir seus atos irresponsável, vai casar ou pagar pensão.

Dentinho: Não contava com essa agora, como?! Não tem trabalho, de vez em quando arrumo um bico aqui e outro ali.

Dona Lurdes: E transar você sabe muito bem, arrumar emprego não?! Menino sabia que tem jeito de evitar filho?! Agora como você transa com uma menina de 13 anos?!

Dentinho: Ela é que quis, eu falei que podia dar treta, mas insistiu, aí...

Dona Lurdes: Deixa de ser mentiroso Dentinho, se eu fosse a sua mãe já tinha te dado umas chineladas já faz tempo, é isso que dá freqüentar a República do Carlos, vocês estão tomando maconha, dá é nisso. Háaaaa! Agora eu vou avisar o pai de cada um, vai dar um sururu danado essa gravidez!

Carlos: Calma aí Dona Lurdes, a galera vai lá na República porque os pais deles não deixam eles ficarem a vontade em casa, aí sobra pra quem, pros amigos, eu já avisei que não quero ninguém transando lá, mas eu descuido um pouco e lá estão eles agarrado, parece até cachorro.

Dona Lurdes: Pior que cachorro, os animais pelo menos esperam o cio, mas vocês são diretos, toda hora. Mas háaaa se fosse no meu tempo Dentinho, você ia entrar numa Igreja amarrado, mas isso ia.

Dentinho: Eu vou assumir tudo, agora como vou falar pra minha família?

Dona Lurdes: Eu vou lá conversar com a sua mãe, vamos resolver isso a final vocês só sabem é trepar, mas na hora do vamos vê, fica aí amarelinho de medo.

Carlos: Eu sabia que ainda ia acontecer um coisas dessas, agora sou eu o crucificado, eles que fazem as m... e eu que levo a culpa.

Dentinho: Calma aí Carlos! Eu vou dar um jeito nisso, e se agente tirasse o filho?

Dona Lurdes: Aíaiaiaiaiai minha Nossa Senhora do céu!!! Vira essa boca pra lá seu desmiolado, vai ter nada disso, se você não quiser o filho eu fico com ele, mas ninguém aqui vai cometer assassinato não.

Carlos: Isso aí Dona Lurdes é conflito de gerações, hoje em dia fazer aborto é coisa natural, simples, toma um remedinho e pronto.

Dona Lurdes: É por isso que o mundo tá assim, porque a sua geração é tudo natural, matar é natural, cheirar maconha é natural.

Dentinho: Não é cheirar maconha que se fala Dona Lurdes, e pegar unzinho.

Dona Lurdes: Sei lá como se fala isso, só sei que é uma grande porcaria, vocês estão acabando com as suas vidas, e pior estão destruindo a dos outros também. Agora me fala meu filho, quem vai assumir esse problemão que você e a Lú arrumaram, a família de vocês já vivem em dificuldades, devem pra Deus e o mundo, é conta na vendinha do Seu Dirceu sem pagar, na farmácia, vocês devem até a alma, aí vão me arrumar mais uma despesa.

Carlos: Pera ái Dona Lurdes! Não é só pobre que arruma criança não, as patricinhas também transam direto, e tem muita menina rica aí que também fica grávida aos 13 anos.

Dona Lurdes: Eu tô cansada de saber que esse povo de hoje é um bando de irresponsáveis. Agora me falam pra que tanta informação, se ninguém dá ouvido?! Hoje em dia se fala em tudo, sexo, droga, meio ambiente, e veja só, ta tudo de pernas pro ar.

Carlos: Tá mesmo, principalmente as gatinhas hehehehehe!

Dentinho: Isso é verdade, elas é que estão cantando a gente Dona Lurdes, aí quando agente fala que não quer, chama de boiola.

Dona Lurdes: Oh! Ta vendo esse olho aqui, é irmão desse!

Carlos: Lá vem a minha gata, ei Bruninha!

Dona Lurdes: Coitada, mais uma infeliz.

Carlos: Pega leve aí Dona Lurdes! Nós só tentamos ser feliz nesse mundo repressor.

Dona Lurdes: Imagina se não fosse repressor né Sr. Carlos!

Bruna: Oi gente, boa tarde Dona Lurdes!

Dona Lurdes: Pela cara ainda não sabe.

Bruna: De que?

Carlos: A Lú, namorada aí do Dentinho ta grávida.

Bruna: Nooo que barato!

Dona Lurdes: Barato!? É um barato que vai sair bem caro Bruna, e vocês dois que não dão um jeito na vida que vai acontecer a mesma coisa. E por sinal o olho ta bem vermelho só sabe cheirar maconha e transar.

Dentinho: Eu tô limpo!

Bruna: Eu também!

Carlos: É a poluição que deixa os olhos assim Dona Lurdes.

Dona Lurdes: Engana-me que eu gosto. Eiiii minha netinha lindaaaaa!

Todos: Oooooooooo!

Meire: Que ta acontecendo, uma reunião? Eeee só faltava o Pedro!

Pedro: Fala aí meu povo lindooooo!

Meire: Aí vô, já ta doidão cedo, inclusive não dei conta dele e da Bruna hoje, marcaram de estudar e só fizeram fumar.

Bruna: Noooossa amiga!

Pedro: Pega leve aí Meire, é final de semestre, preciso aliviar a barra.

Meire: Tá!

Dona Lurdes: É isso que acontece quando se dá liberdade de mais, tava agora chamando a atenção deles, a Luciana tá grávida filha, agora o que vai ser desses meninos meu Deus!

Meire: Éeee Dentinho, não sabe nem usar camisinha hem! Quanto mais cuidar de filho, que irresponsabilidade garoto.

Dentinho: E agora meu mundo desaba, e não sei qual vida vem pela frente.

Dona Lurdes: Eu sei! Você assumi esse filho e casa, arruma um trabalho sério e estuda ao mesmo tempo. E cai na rotina, da casa pro trabalho, escola e família, nada mais de República, cheirar maconha e coisa desse gênero. Se você quiser pode fazer desse problemão uma saída boa pra sua vida e da Lu, caso contrario, sua vida continua um nada garoto, vê se acorda!

Meire: Isso mesmo vovó, tô cansada de falar isso pra eles, mas ficam curtindo com a minha cara, agora não tô nem aí, cuido da minha vida e deixo eles se estreparem pra lá.

Bruna: Ooooo Meirinha sabe que te amo, você é a melhor amiga que tenho, prometo que vou dar um jeito, né Carlos! Ta na hora da gente dar um rumo bacana nas coisas.

Carlos: Vamos parar de usar drogas, mas antes precisamos dar uma força pro Dentinho e a Lú. Acho que vou procurar ajuda pra deixar de fumar.

Dona Lurdes: É assim que se fala home, se você quiser de verdade curar essa doença, eu falo com o padre Zezinho, ele te põe no grupo de recuperação de dependentes da Fazenda, eles te ajudam a deixar o vicio. Você ta dando um passo importante, a primeira coisa é decidir parar e a segunda é admitir o vício.

Pedro: Eu paro a hora que eu quiser!

Meire: Para nada Pedro, você vive falando que para, mas não consegue. Enquanto ficar nessa nunca vai sair do buraco.

Bruna: E o Carlos tem razão, é melhor agente procurar ajuda. E pensar que tudo isso começou como uma brincadeirinha boba de dá um trago aqui, outro ali e depois pronto, fico seca toda hora pra fumar, não consigo me concentrar em mais nada.

Dona Lurdes: Oooo pobre criança, deixa que vou dar um jeito nisso, eu também já fui viciada em remédios controlados, não ficava sem meus tranqüilizantes, antidepressivos, etc; viu só o lindinho do Michael Jackson viciou também nas drogas licitas e isso ta uma epidemia no mundo todo. Eu no passado cheguei a juntar 50 frascos de tranqüilizantes em casa com medo de não conseguir mais, rezava pro meu médico não morrer porque tinha medo de outro não arrumar as receitas, fui ao fundo do posso; agora já fazem 20 anos isso, consegui vencer esse vicio de drogas licitas, é preciso muita força de vontade e decisão, vocês vão conseguir também eu tenho fé em Deus.


Meire: É vovó, ainda tinha o cigarro careta né, a senhora fumava muito também. Que bom você conseguiu parar se não já tava morta ha muito tempo, agora ta aqui dando uma força pra todos, é por isso que te amo, e nunca entrei nessa de experimentar pra ver. O seu exemplo já foi o suficiente pra nossa família né vovozinha querida.

Dona Lurdes: Sim, sou uma vencedora, graças a Deus! Agora minha vida é ajudar a minha família e aos outros.

Dentinho: É acho que vou lá conversar com a minha família.

Dona Lurdes: Pêra aí que vamos juntos, depois iremos à casa da Lú. Conversando a gente se entende, e se você criar juízo te damos uma força.

Dentinho: Obrigado Dona Lurdes, preciso mesmo. Pode deixar, vou dar um rumo legal na minha vida agora.

Carlos: Depois disso vamos lá no padre Zezinho, né Bruna?!

Bruna: Claro, a Dona Lurdes vai com a gente, quero começar esse tratamento hoje mesmo.

Meire: Aíii gente! Eu nem acredito nisso, será que vou ter os meus amiguinhos de volta a vida real, que boa vovó!

Dona Lurdes: Há mais vai, e se depender de mim e de Deus isso vai!

Coro: Não importa o dia e a hora, todo instante é o momento certo de dar a volta por cima. Sempre tem alguém ao seu lado que pode te ajudar. Comece agora a viver de bem com a vida, dê a mão a quem precisa, e se for você que estiver necessitando de ajuda seja forme e peça ajuda. O mundo precisa de você, o mundo te acolheu porque te ama. Venha agora e mostre a que veio. Vamos dançar, cantar e celebrar a vida juntos.

Narrador: Sabemos o quanto é complicado por em pratica aquilo que aprendemos ao longo dos anos, mas é importante concretizar as boas maneiras. Escolhemos viver em uma civilização, assim é preciso praticar o bem comum. Se você sabe que não deve sujar a cidade, então não jogue lixo nas ruas. Se você sabe que é importante usar proteção nos relacionamentos sexuais, faça isso. E se a droga licita, e as ilícitas prejudicam a vida e a saúde, então evite usar, resista. É maravilhoso ter o domínio dos próprios atos, nada melhor pra nossa saúde trocar os maus hábitos pelos bons. Seja feliz, o mundo te ama de verdade, precisamos de você agora. Vamos dar as mãos e construir um mundo melhor para todos, e a hora é o agora-já!

Juvenal: (Enquanto varre a rua assobia e canta, tira um som da vassoura, pá e saco plástico)

Ainda vou comprar a minha casa própria
Quero dar de presente pro meu amor
Assim vou varrendo a vida
E da rua tiro o meu sustento
E aumento o meu intelecto
Minha família me ama
Eu também a amo
É assim que se constrói a existência
Tijolo por tijolo
Canta, canta, sabiá
Vem trazer esta chuva
Pra limpar e
Fazer crescer
O alimento da nossa vida

Coro: (Bate palmas) Bravo! Bravo! Linda canção Juvenal!

Juvenal: Brigadão, obrigado meu povo! Mas vamos ver o que tem aqui no lixo de Lafaiete. Epa, um livro! Será de quem? Machado de Assis (lê um trecho) Lindoooo!
Que mais temos... Livros, comida boa, tênis maneiro rapa! Lindo, lindo, lindo, amo isso. Meu Deus! Como esse povo joga fora tanta riqueza, comida, agasalho e cultura; a pessoa prefere jogar no lixo que doar, isso é um crime, com tanta gente precisando, o aterro do lixão não suporta mais entulho. Agora tão exportando até lixo, a Europa não tem mais lugar de aterro, Nápoles ta coberta de lixo. Outro dia pegaram um monte de contêineres no porto abarrotado de lixo vindo da Europa pro Brasil, vê se pode, coisa de mafioso. É preciso aprender a reciclar minha gente, e principalmente ter mais consciência de consumo. Se esses ricos gostassem de cultura, lessem os livros que jogam no lixo, esse mundo não estava desperdiçando tanta preciosidade. Olha só um radio! E ta funcionando, ainda tem pilha (escuta, aumenta o radio e canta com a musica que esta no ar).

Tiago: Fala aí Juvenal!

Juvenal: Aí meu anjo!

Tiago: Muito tesouro no baú de hoje?

Juvenal: Mano, o pessoal ta piradaço, hoje tem até Machado de Assis no pedaço, eu não acredito, o ricaço na total ignorância literária.

Tiago: Bôra lá Ju! Vamos por logo na biblioteca da comunidade, mas antes o Tiaguito aqui vai ler heheheheheehe! Meus Deus! É Dom Casmurro, amo isso.

Juvenal: Eita elite tola, agora além de termos que construir casa pra eles, fazer faxina, cozinhar, lavar, passar, temos também que pensar pra esses marmanjões ignorantes sta inercia. Alá a motorista jogando papel na rua, será que desleixada não aprendeu que tem que ter uma sacolinha de lixo no carro, madame estúpida.

Tiago: Essa gente só quer saber de consumir adoidado Ju, eles nem sabem o que é limpeza não, tem empregados pra fazer isso. Só sabem beber, comer, dormir, viajar, usar drogas, vida fútil dessa gente.

Juvenal: A filha da mulher onde minha patroa trabalha fica tomando banho por mais de 40 minutos, aja água e energia.

Tiago: Tava lendo no jornal que se todo mundo levasse a vida dos ricos dos USA e Brasil precisaríamos de mais 5 terras pra sustentar esse consumo desvairado.

Juvenal: Brincadeira né não! Isso que dá jogar Machado de Assis no lixo. Até o livro do grande Sócrates, põe fora.

Tiago: Elite decadente mano, quem segura as pontas do mundo é o povão.

Juvenal: É por isso que eu estudo, mas não abandono as raízes, não compactuo com essas mentes doentias do consumo e desperdício.

Tiago: Também tô fora! Não acho legal essa história de luta de classes, mas esses riquinhos não têm celebro, isso é fato, é só ver no lixo deles, dá pra aproveitar tudo.

Juvenal: Aí Tiagão, é só dar uma limpeza na capa é por na biblioteca da nossa comunidade hehehehehe cada dia mais rico, cultura é vida mano! Tchau compadre! (varre e canta)

Quero mais é viver
Viver do bem querer
Amar a todos
Cuidar da terra
Quero mais é viver
Viver feliz
Da alegre paz
Rua limpa
Saúde certa
Ar limpo
Pulmão legal
Sem desperdício vou indo
Sigo bem
No caminho da moderação
Quero mais é viver
Lá lá lá...

Luciana: Foi sem querer Dona Lurdes, eu não queria engravidar.

D. Lurdes: Tudo bem meu Anjo, agora você precisa de cuidados, sua gravidez é de risco, entende?! Vamos te dar todo apoio, não se esquece de fazer o pré-natal direitinho viu?

Luciana: Sim, a médica que me atendeu conversou comigo.
Dentinho: Tudo bem amor?!

Luciana: Sim.

Dentinho: Vai dar tudo certo, vamos ficar juntos.

Luciana: Claro amor.

Dentinho: Hoje vou trabalhar a noite, vou te dar o dinheiro pra você comprar as coisas que precisar.

Luciana: Temos que começar a fazer o enxoval.

Dentinho: Tô muito assustado ainda, minha cabeça ta a mil.

Luciana: A minha também.

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