Escravidão contemporânea

A Escravidão contemporânea esta atualizada com a emigração ilegal. É melhor deixar o pessoal fora da lei, assim eles não têm direitos; todos ganham com o trabalho deles, claro, menos o escravo imigrante. São carregamentos e mais carregamentos destes infelizes clandestinos que chegam à Comunidade Européia e os EUA, sim, como no tempo dos navios negreiros; os que não morrem pelo caminho, afinal a viagem já é um teste de resistência ficam a mercê dos exploradores; não precisam nem olhar os dentes do sujeito para saber se estão bem de saúde, quem chega no destino já passou por todo tipo de teste de sobrevivência. A maioria vai para a cadeia mesmo, ou são deportados, os que conseguem um emprego ficam a mercê dos patrões, senhores dos escravos contemporâneos; aí são submetidos a toda prova de humilhação e maus tratos, até que um ou outro consegue a carta de alforria, ou visto de permanência, mas a grande maioria se estrepam mesmo, ficam sem o coro da pele e muitos até perdem a vida. É de dar dó, rezo para que estas pessoas que na sua maioria são gente boa, porém, inocentes, criem consciência de que o melhor lugar para resolver os problemas existências e financeiros, é dentro de nossa cultura mesmo, salvo em casos excepcionais. É preciso gostar de si próprio e não se submeter a tantas torturas e sofrimentos, aqui penso em Platão, que na sua República fala sobre viver de forma simples, isso cai como uma luva para nossa época apegada aos eletrodomésticos e a todo tipo de parafernálias, na grande maioria desnecessária. Uma coisa eu sei, prefiro morrer a deixar minhas raízes, onde nasci, pelo menos aqui, próximo dos entes queridos e conhecidos da família, sei que terei um enterro digno e alguém vai lembrar-se de mim sabendo o que fui e quem foram os meus antepassados. Quando ando na cidade onde nasci, lugar também onde minha família vive, onde os meus avós e bisavós viveram com dignidade, as pessoas sabem quem sou eu e de onde eu venho, não me olham como um número, ou uma coisa qualquer, aqui tenho um nome e sou alguém, lá fora, nada disso tem valor. É ótimo ser cumprimentado pelo nome ou apelido, quando alguém me vê na rua, estão olhando para o fruto de várias gerações conhecidas, isso é viver com dignidade, aqui sim, tenho orgulho de ser quem sou e de onde venho, também sei para onde desejo ir; não troco isso por nada, se perco isso, viro fantasma, ou um ser vazio e errante qualquer, ou mesmo, na melhor das hipóteses, viro um escravo contemporâneo.

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